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Argentina deve exportar mais carnes em 2005

Em 2005, a Argentina deverá exportar o maior volume de carnes dos últimos 25 anos, prevêem analistas do setor. O país deverá embarcar cerca de 600 mil toneladas de carne vermelha em 2005, à medida que diminuem as preocupações sanitárias, como as relacionadas à febre aftosa, prevê o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda).

“Esse é o resultado da forte demanda mundial, da melhora das condições sanitárias e da boa lucratividade do setor”, disse o Serviço Externo de Agriculta (FAS) do Usda em relatório de setembro. “Estima-se que os Estados Unidos, a União Européia, a Rússia, o Chile e a Venezuela serão os principais mercados”.

Embora a Argentina já exporte para esses países, as vendas são limitadas devido à imposição de tarifas de importação, quotas e rígidos parâmetros sanitários.

“Acreditamos que os EUA abrirão seu mercado para a carne bovina argentina no segundo semestre de 2005”, disse Miguel Schiariti, membro da Câmara Industrial de Carne Bovina Argentina.

Além disso, alguns analistas acreditam que o Mercosul e a UE assinarão em 2005 um novo acordo de livre comércio, facilitando as vendas argentinas na Europa. Embora as negociações estejam temporariamente suspensas, o bloco ainda espera fechar um acordo em 2005.

“Estamos pedindo uma quota para a UE de 315 mil toneladas de carne bovina do Mercosul. Dessa quota, a Argentina obterá 30%”, diz o analista de animais de corte da Sociedade Rural da Argentina, Marcelo Fielder. “Queremos exportar todo tipo de carne vermelha”.

Atualmente a Argentina pode fornecer apenas 28 mil toneladas de carne bovina com menores tarifas para a UE a cada ano. “A Europa eliminou os subsídios de produção e está produzindo menos”, diz Fielder. “Atualmente, a UE tem um déficit de carne bovina”.

“Esperamos que a entrada de dez novos países no bloco europeu aumente, dentro de cinco a dez anos, a demanda européia em 400 mil toneladas”, disse Schiariti.

China

Em novembro, o gigante asiático aprovou importações de carne bovina termo-processada e cozida, assim como carne sem osso da parte inferior do paralelo 42 (limite da província de Chubut, Argentina).

A China permitirá a carne bovina sem osso acima do paralelo 42 quando a Organização Mundial para Saúde Animal (OIE), reconhecer que a Argentina está livre da febre aftosa por meio de vacinação. Os analistas dizem que tal reconhecimento deverá acontecer no início de 2005. “Os preços do gado para 2005 devem subir de 5% a 10%. Hoje o quilo do boi gordo está cotado a US$ 0,70”, diz Schiariti.

Segundo ele, a produção de carne bovina deve aumentar para três milhões de toneladas em 2005, em comparação com 2,5 milhões em 2004. “Com o declínios dos preços da soja, o gado tornou-se mais lucrativo”, diz o analista.

“As expectativas em relação à carne bovina da Argentina são positivas”, considerou o diretor-executivo do Consórcio de Carne Bovina da Argentina, Mario Ravettino, cujos membros representam 80% das exportações argentinas.

Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint

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