A Argentina poderá exportar somente 200 mil toneladas de carne bovina este ano se a atual tendência se mantiver. O "acordo marco", firmado em 17 de abril por representantes do Governo da Argentina e os quatro titulares da Comissão de Enlace Agropecuário, estabeleceu uma nova cota anual exportável de carne bovina de 550 mil toneladas de carcaça com osso. No entanto, essa cota não deverá ser cumprida.
A Argentina poderá exportar somente 200 mil toneladas de carne bovina este ano se a atual tendência se mantiver, informaram fontes da indústria ao site Infocampo.
O “acordo marco”, firmado em 17 de abril por representantes do Governo da Argentina e os quatro titulares da Comissão de Enlace Agropecuário, estabeleceu uma nova cota anual exportável de carne bovina de 550 mil toneladas de carcaça com osso. No entanto, essa cota não deverá ser cumprida.
“É incrível que estejamos fazendo referência a esses dados (projetados) de exportação, que são insignificantes para um país historicamente exportador de carnes”, disse uma fonte de um frigorífico de Buenos Aires.
“Com as atuais políticas, estamos hipotecando o futuro da pecuária argentina; em dois ou três anos se chegará ao colapso do negócio, fruto de abates muito altos de fêmeas que o Governo oculta”.
No primeiro quadrimestre deste ano, as exportações argentinas de carne bovina foram de 135.161 toneladas, de acordo com dados do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa). Em 2007, as exportações no período foram de 474.856 toneladas.
No entanto, desde março, quando foi iniciado o conflito agropecuário na Argentina, as exportações de carne começaram a registrar quedas notáveis devido às restrições à exportação implementadas pelo Governo (em abril, foram exportadas 17.175 toneladas, enquanto em maio, as exportações foram de 10 mil a 15 mil toneladas).
Em 7 de maio, outra resolução do ONCCA determinou que os frigoríficos argentinos só poderiam exportar 25% de seus estoques de carne, ficando 75% a modo de “encaixe produtivo” (veja artigo relacionado). “As exigências para obter permissão de exportação são insólitas e inviabilizam que o país consiga superar as 200 mil toneladas por ano. O mecanismo está montado para que não haja exportações de carne”.