A cidade argentina de Mar del Plata, em Buenos Aires, sediou há alguns dias dois encontros que chamaram a atenção de produtores e empresários do setor de carne bovina: “Jornadas Internacionais de Carne Bovina” (JICV) e “I Congresso de Genética Bovina” (CNBG).
Ambos os encontros tiveram um objetivo comum: capacitar e informar os produtores de gado – e a quem interfere diretamente na cadeia de valores dos produtos de carnes – com vistas às exportação tanto de cortes de carne como de genética.
Em ambos os encontros se falaram de qualidade e a carga subjetiva de sua definição. O pesquisador do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), Gustavo Depetris, explicou durante as JICV que existem diferenças nos conceitos de qualidade entre os países.
“Para um argentino, carne de qualidade não é o mesmo que para um japonês ou um americano”. Segundo ele, uns preferem carnes mais suculentas, mais vermelhas, mais gordurosas e os métodos de cozimento influenciam bastante no sabor final. A questão levantada é que a Argentina precisa definir se deve produzir em função das diversas demandas do mercado internacional ou se deve permanecer fiel ao que atualmente produz e esperar que os países venham comprar seus produtos.
O mercado internacional de carne bovina sofrerá algumas modificações em curto prazo. Segundo a consultora italiana, especialistas na América do Sul, María Teresa Guerra, as projeções para este ano indicam que na União Européia (UE) haverá um crescimento das importações bovinas “de cerca de 13%. Isso representa 0,55 milhões de toneladas” e, ao mesmo tempo, espera-se que as exportações da UE se reduzam em “14%, ou 0,30 milhões de toneladas”.
Ficou claro em ambos os encontros que o potencial exportador da Argentina nesta nova etapa é elevado. O uruguaio Roberto Vázquez Platero, em uma exposição durante o CNGB, estimou que para 2014, a Argentina poderá exportar 840 mil toneladas. “Se há um país que tem possibilidades de crescer e se estabelecer no mais alto das exportações, esse país é a Argentina”.
Para ele, uma oportunidade histórica pode se abrir quando a Argentina voltar a entrar no mercado norte-americano. Porém, antes disso terá que traçar algumas ações (certificação independente, rastreabilidade, homologação de protocolos, posicionamento da marca país, etc.) no marco de uma estratégia de mercado. “A chave para competir com êxito está em investigar os mercados e seus competidores, conhecer o consumidor, os canais de distribuição, etc.”, disse Platero.
Fonte: E-campo.com, adaptado por Equipe BeefPoint