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Argentina exporta gado em pé para Malásia

Foram embarcadas no início desta semana 1500 cabeças de gado de raças britânicas e indianas da Argentina, saídas do porto de Buenos Aires, com destino à Malásia. Proveniente da estância Santa Rosa, da cidade de San Miguel del Monte, o contingente bovino que desembarcará no país asiático inclui bezerros de rápida terminação para serem abatidos em novembro, segundo o costume islâmico, e vacas e touros com destino à reprodução.

“Há cinqüenta anos que não ocorria algo parecido”, comentou o assessor agronômico de Santa Rosa, Gonzalo Villegas, após dizer que “é o câmbio que tem possibilitado este embarque incomum de gado em pé. É um sinal de que se abre uma nova etapa exportadora”.

Os animais foram alojados em currais do Friesian Express, um barco especialmente projetado para o transporte de animais. Ao mesmo tempo, chegavam a bordo fardos de alimentos balanceados peletizados e de alfafa de primeira qualidade que constituirão a ração dos animais, durante os 26 dias que durará a viagem.

Villegas disse que a operação tem um valor de cerca de US$ 500 mil. Segundo o vice-presidente da Câmara Argentina de Exportadores, Alberto de las Carreras, a exportação de gado em pé é pouco freqüente na Argentina, ao contrário do que acontece na Austrália, onde é comum o envio de gado aos países do sudeste asiático e do Oriente Médio. “Se cumprirem as normas sanitárias e tarifárias, é positivo”, disse Carreras.

Uma parte do rebanho embarcado será utilizada em uma prova piloto em grande escala, que consistirá no desenvolvimento de um sistema de produção silvo-pastoril nas quentes terras malaias. Trata-se de um esquema misto entre as plantações de palmeiras e a pecuária, onde se buscará combinar as qualidades da raça britânica (maciez e fertilidade dos animais) com as das raças indianas (mais resistente ao calor e aos carrapatos). Este projeto conta com o apoio do governo malaio.

“A idéia é levar uma série de touros que vão desde o Nelore até o Braford, com os quais teremos diferentes tipos de cruzamentos com o objetivo de ver qual é o que mais se adapta a estas terras”, disse o médico veterinário da Estância Santa Rosa, Jaime Mac Lean.

Lean comentou que a Malásia, com uma temperatura média de 32 graus, tem uma média de chuvas de 2500 milímetros anuais e uma grande capacidade de produção de pastagens. A idéia é aproveitar a grande quantidade de pasto existente sob as palmeiras. Participarão do projeto técnicos argentinos, alguns dos quais já se encontram no país asiático.

“Os malaios sabem que nossos profissionais estão muito capacitados para o manejo reprodutivo dos animais e para tudo o que se refere às enfermidades”, disse Lean.

Fonte: La Nación (por B. Vedia Olivera), adaptado por Equipe BeefPoint

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