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Argentina: exportadores só cumprirão 60% da cota Hilton

Os pecuaristas argentinos mantêm com o governo uma difícil relação há anos, já que esse aplica restrições às exportações de carne bovina. Segundo o executivo consultado, o atraso na distribuição das cotas poderia ter ocorrido devido ao temor do Governo de que ocorresse uma alta nos preços domésticos da carne se fossem permitidas mais exportações, ainda que não tenha havido explicações oficiais.

Os exportadores da Argentina disseram que não poderão cumprir com todos os envios de carne bovina de alta qualidade à União Europeia (UE) devido a uma ampla demora na distribuição das cotas de embarque por parte das autoridades. O Governo argentino terminou em março, quase nove meses depois do habitual, de distribuir as permissões para exportar as 29.375 toneladas para a temporada de 2011/12 da cota Hilton.

“No segundo semestre do ano passado, foram exportadas quase 10.000 toneladas de carne à Europa fora da Cota e a maior parte dessa carne poderia ter sido dentro da cota Hilton se tivesse sido distribuída”, disse um executivo de um frigorifico local. Ele disse que a Argentina só exportaria 60% da cota e sobrariam 12.000 toneladas sem serem exportadas. “Outra vez a cota Hilton não será cumprida, sobrando sem enviar 10.000 toneladas”, disse o diretor da Câmara de Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da República Argentina (Ciccra), Miguel Schiariti.

Os problemas ocorrem em momentos em que os frigoríficos da Argentina estão operando com capacidade reduzida em meio à oferta limitada de gado, em parte devido ao fato de muitos pecuaristas estarem retendo fêmeas para reativar a atividade após vários anos de crise. “Com isso, se perde dinheiro. Pode-se exportar à Europa fora da cota, mas os lucros são ínfimos com relação à tonelada Hilton”, disse uma fonte do setor exportador de carnes.

A Argentina não cumpre com a totalidade da cota desde 2009, quando uma seca afetou o país e levou à morte milhares de animais, mas é improvável que a UE decida fazer sanções.

Os pecuaristas argentinos mantêm com o governo uma difícil relação há anos, já que esse aplica restrições às exportações de carne bovina. Segundo o executivo consultado, o atraso na distribuição das cotas poderia ter ocorrido devido ao temor do Governo de que ocorresse uma alta nos preços domésticos da carne se fossem permitidas mais exportações, ainda que não tenha havido explicações oficiais.

A reportagem é do Cadena3.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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