Comparando tarifas de importação
28 de junho de 2002
Núcleo de Novilho Precoce de MG prevê aumento de 5% no abate este ano
2 de julho de 2002

Argentina exportará mais carne aos países europeus

Após cinco meses da retomada das exportações de carnes argentinas, a União Européia (UE) aprovou na quinta-feira passada uma cota adicional de 10 mil toneladas de cortes de alta qualidade do tipo Hilton da Argentina, que se somarão às 28 mil toneladas com as quais o país já conta desde a década de oitenta. A Europa é o principal mercado para a indústria frigorífica exportadora que, desde fevereiro, vem registrando uma notável recuperação logo após passar por sérios problemas financeiros devido ao fechamento dos mercados internacionais em março de 2001, após o reaparecimento da febre aftosa no país.

Em apenas 4 meses, as empresas exportaram cerca de 24,8 mil toneladas de carnes resfriadas do tipo Hilton ao continente europeu, com um valor médio de US$ 3728 a tonelada. Neste contexto, a indústria frigorífica recuperou cerca de 6 mil empregos em função da maior demanda de horas de trabalho para cumprir com os compromissos externos.

“As exportações superaram as expectativas mais otimistas, porque estimávamos um total máximo de embarques de 18 mil toneladas”, informou um relatório feito pela Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da República Argentina (Ciccra).

O Conselho de Ministros da Agricultura da UE ratificou em Luxemburgo dentro dos chamados pontos “A” (que se aprovam sem debate) um aumento do volume das importações de carne de qualidade da Argentina. Este aumento de 10 mil toneladas representa um acréscimo de cerca de US$ 35 milhões ao país. Esta medida é de caráter transitório e entrará em vigor a partir de segunda-feira, sendo válida somente no ciclo de embarques dos cortes Hilton de um ano.

Repercussão

“Essa é uma boa notícia que estávamos esperando. Isto vai compensar o que a Argentina deixou de exportar por causa da febre aftosa e vai permitir graduar as vendas de maneira a não afogar o mercado, como ocorreu nos últimos 4 meses”, disse o diretor do frigorífico Quickfood, Miguel Gorelik.

Desde a reabertura do mercado europeu, a Embaixada e o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) tinham começado a negociar a possibilidade de um aumento transitório desta cota. Depois de idas e vindas, finalmente as 15 nações da UE resolveram aprovar esta medida.

Segundo o diretor da empresa Argentine Breeders & Packers, Stanley Hogg, esta medida é “muito positiva” para que as carnes argentinas recuperem o espaço perdido durante um ano de ausência nas mãos dos países competidores como o Brasil e o Uruguai.

Agora, a Argentina está diante de um novo desafio: fazer com que esta cota extra se torne definitiva. “Tudo depende das negociações da Embaixada na rodada entre o Mercosul e a UE, que começa em setembro”, disse o presidente da Câmara dos Produtores de Carne Bovina, Javier Martínez del Valle.

Gorelik destacou também o fato desta notícia ter sido divulgada antes da publicação da sempre polêmica distribuição da nova cota Hilton. “Assim se podem assinar as 38 mil toneladas em uma só resolução”.

Fonte: La Nación (por Franco Varise), adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.