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Argentina: governo assegura que aftosa já está controlada

No mês de agosto, foram declarados somente 94 focos de aftosa na Argentina, contra 361 declarados no mês de julho. A Secretaria da Agricultura da Argentina apresentou ontem os dados sobre os casos de febre aftosa no país, em uma conferência de imprensa. Segundo membros do governo, “o processo epidêmico já foi superado”, afirmando que a febre aftosa já não se encontra fora de controle como ocorria há 3 meses. Em maio e junho, foram declarados mais de 500 focos da doença, 5 vezes mais do que os atuais.

Graças à vacinação massiva do gado, segundo os técnicos, o panorama sanitário atual é totalmente diferente do que se via há poucos meses. Neste contexto, o vice-secretário da Agricultura, Gustavo Oliverio, confirmou, ontem, a autorização oficial para que a Sociedade Rural Argentina (SRA) realize a exposição pecuária que não pôde ser realizada em julho, devido à alta virulência que a enfermidade estava apresentando.

Em julho, a entidade se viu obrigada a inaugurar a tradicional Exposição de Palermo sem os animais susceptíveis de contrair a aftosa – bovinos, ovinos e cerdos – e somente pôde expor eqüinos e pequenos animais de granja. Agora, os ruralistas planejam promover esta exposição – desta vez com os animais – entre os dias 18 e 26 de setembro.

Segundo Oliverio, estes dados são muito interessantes para que a Argentina possa tentar a reabertura de mercados, fechados em decorrência da enfermidade. Isso porque, o maior dano provocado pela febre aftosa no país ainda não foi resolvido, já que trata-se do fechamento dos principais destinos da carne argentina, há 6 meses, com perdas para o setor de cerca de US$ 250 milhões.

Neste sentido, Oliverio assegurou que a Argentina pedirá até o final do mês uma inspeção veterinária por parte da União Européia (UE) com a esperança de que este bloco retome as importações até o final do ano. “Estamos fazendo tudo o que é necessário para que eles nos aprovem.” A esperança é que ocorra um efeito cascata, ou seja, que a abertura do mercado europeu leve à abertura de outros mercados, como o Chile, Israel e a Rússia.

Com os Estados Unidos e o Canadá – dois grandes compradores de carne argentina – a negociação será muito mais difícil e, oficialmente, admite-se que a reabertura levará cerca de 2 anos. Para tentar facilitar este processo, o secretário da Agricultura da Argentina, Marcelo Regúnaga, apresentou ontem, em Punta del Este, os progressos contra a aftosa à secretária norte-americana, Ann Veneman.

Fonte:E-campo, adaptado por Equipe BeefPoint

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