O Governo da Argentina voltará a se reunir nesta semana com os curtumes para pedir que estes aumentem o preço que pagam aos frigoríficos pelo couro bovino.
Essa solicitação será feita após o ministro da Economia e Produção da Argentina, Roberto Lavagna, ter advertido que poderia revisar o regime de promoção da indústria de couros, que exporta cerca de US$ 900 milhões por ano, no caso de o setor não colaborar em manter o limite do preço da carne.
“Solicitamos a cooperação de todos os setores. Se for voluntária, melhor. Caso contrário, provavelmente o Governo procederá de outras maneiras”, disse Lavagna. Ele citou a possibilidade de haver algum tipo de modificação no sistema retenção tarifária de couros, que hoje é de 15%.
Os frigoríficos, que estão a favor do governo, dizem que, devido ao regime que conta com mais retenções às vendas de couros “crus” (sem curtir), eles são obrigados a vender o produto a curtumes locais a preços muito abaixo dos internacionais. Eles argumentam que essa situação os impede de baixar o preço da carne ao consumidor.
No entanto, os curtumes responderam a essa acusação, acusando os frigoríficos de querer vender os couros bovinos ao exterior sem valor agregado. O presidente da Câmara de Curtidores, Eduardo Wydler, desvinculou o setor da formação de preços nos açougues. “Um aumento de 10% nos couros representaria uma baixa de apenas quatro centavos por quilo da carne”.
Há 15 dias, a Secretaria da Agricultura da Argentina exigiu que os curtumes elevem em 10% o valor da matéria-prima. No entanto, este setor, que tinha oferecido um aumento de 5%, ficou contra a pretensão oficial e não fez aumento nenhum. Além disso, denunciou publicamente que estavam em perigo cerca de 60 mil postos de trabalho.
Fonte: Clarín (por Matías Longoni), adaptado por Equipe BeefPoint