A Argentina espera retomar as exportações de carne bovina ao Canadá em março de 2003 e aos Estados Unidos em breve, após dois anos de restrições comerciais geradas pelo surgimento de febre aftosa nos rebanhos argentinos, que prejudicou exportações de carnes de cerca de US$ 140 milhões a estes dois países, de acordo com um oficial de saúde argentino.
“As análises de risco solicitadas pelos EUA e pelo Canadá já foram completadas. No começo de dezembro, nós iremos obter informações em Washington e Ottawa”, disse o presidente do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina, Bernardo Cané. “Com as negociações formais começando em dezembro, nós esperamos que, em março, o mercado canadense esteja reaberto”, disse Cané, dizendo também que o mercado dos EUA vai demorar um pouco mais para reabrir, por razões burocráticas.
A Argentina reconheceu oficialmente um foco de febre aftosa em março de 2001, levando a maioria de seus mercados a fechar suas portas à carne bovina do país. A indústria de carne bovina do segundo maior produtor da América do Sul perdeu milhões de dólares devido ao ressurgimento do vírus.
O governo argentino colocou a epidemia de aftosa de seu país sob controle através da vacinação de praticamente todas as suas 54 milhões de cabeças de gado e o país é considerado livre da doença desde fevereiro.
A campanha de vacinação permitiu que a Argentina recuperasse o acesso a 50 mercados, incluindo o maior cliente do país, a União Européia (UE). Porém, os mercados do Canadá e dos EUA permanecem fechados porque os países requerem o período de um ano após o surgimento de casos de aftosa antes que as importações de carne bovina sejam retomadas.
Mantendo as defesas
A febre aftosa não acometeu somente a Argentina em 2001, mas também seus vizinhos como Uruguai, Paraguai e Brasil, gerando perdas de milhões de dólares para a região onde a indústria de carne bovina é bastante importante.
As exportações de carne bovina da Argentina caíram para US$ 216 milhões em 2001, de cerca de US$ 600 milhões em 2000, mas já começaram a se recuperar. Segundo dados do Senasa, a reabertura do mercado da UE estimulou as exportações da carne bovina sob a Cota Hilton, para US$ 315,8 milhões nos primeiros nove meses deste ano.
Cané disse que a meta do país é chegar até fevereiro de 2003 sem ter registrado nenhum caso de febre aftosa e conseguir o status de “livre de febre aftosa com vacinação” da Organização Internacional de Epizootias (OIE).
“Nós estamos perto dos 10 meses sem focos de aftosa. Há uma campanha de vacinação organizada que visa obter o status de “livre de febre aftosa com vacinação”, um status que é desejável porque se parássemos com a vacinação, o risco da doença retornaria”.
O recente surgimento de focos de aftosa no Paraguai não ameaçou a reabertura dos mercados do Canadá e dos EUA porque a situação na Argentina está sob controle e estão sendo tomadas várias medidas preventivas.
Fonte: Reuters, adaptado por Equipe BeefPoint