A maioria das empresas frigoríficas dedicadas à exportação de miúdos da Argentina está em uma situação limite a partir do fechamento virtual das exportações desses produtos implementado pelo Governo nacional.
A maioria das empresas frigoríficas dedicadas à exportação de miúdos da Argentina está em uma situação limite a partir do fechamento virtual das exportações desses produtos implementado pelo Governo nacional.
No primeiro trimestre de 2008, a Argentina exportou uma média mensal de 12,37 mil toneladas de miúdos, segundo dados do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa). No entanto, a partir de abril, com a entrada de Ricardo Etchegaray como presidente da Oficina Nacional de Controle Comercial Agropecuário (ONCCA), começou a ser restringida a saída de todos os produtos de carne bovina.
Desta forma, em abril, as exportações de miúdos caíram para 5.660 toneladas. Em maio, essas foram de 6.789 toneladas, caindo em junho para apenas 3.621 toneladas.
O presidente da Productos Cárnicos (EPC), Héctor Cacosso, disse que se não surgirem soluções em breve, a empresa fechará suas portas. A EPC é uma das várias empresas que há três meses vêm retendo mercadorias que não são consumidas no mercado local, mas que não têm permissão para exportar. Cacosso disse ao Infocampo que em junho, a ONCCA não habilitou a saída de nenhum dos 25 contêineres que tinham comprometidos com clientes no exterior. Ele disse que em julho conseguiram permissão para exportar dois contêineres, mas que não conseguem mais arrumar espaço nas câmaras para armazenar o estoque.
Igual situação vive o principal exportador do setor, o Offal Exp S.A., que tem mais de 500 funcionários, e disse que fechará suas portas. “Já não temos mais lugar para guardar produtos; não temos espaço. Estamos com o estoque acima de nossa capacidade normal de armazenamento”, disse o presidente da empresa, Enzo Navarro. Ele disse que em junho puderam exportar somente 20% do estoque e que em julho, não tiveram permissões.
Em outros casos, a situação tem chegado a gerar o fechamento temporário de plantas pelas crescentes perdas ocasionadas pela impossibilidade de exportar miúdos. É o caso da firma Madeka, que durante o mês de junho permaneceu duas semanas sem operar. Entre maio e junho, a Madeka somente pode exportar 665 toneladas.
No primeiro semestre de 2008, segundo dados do Senasa, a Argentina exportou 53.184 toneladas de miúdos, 12% a menos que no mesmo período do ano anterior.