O secretário do Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, disse a vários operadores do Mercado de Liniers que o preço do gado já se recuperou o suficiente e insinuou que não haverá paz para os que pagarem mais. Por isso, após a Secretaria ter enviado na sexta-feira passada uma lista de preços máximos, todos os olhares estão voltados ao mercado pecuário.
O secretário do Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, disse a vários operadores do Mercado de Liniers que o preço do gado já se recuperou o suficiente e insinuou que não haverá paz para os que pagarem mais. Por isso, após a Secretaria ter enviado na sexta-feira passada uma lista de preços máximos, todos os olhares estão voltados ao mercado pecuário.
Os produtores esperam ainda definições sobre os preços do trigo, milho e leite, entre outros mercados que atualmente sofrem intervenção do Governo.
As entidades ruralistas receberam muitas consultas dos produtores, desconcertados pela política oficial. Isso porque, por um lado, o Governo argentino impulsiona um Plano Pecuário para aumentar o estoque de animais e melhorar a oferta e, por outro, desincentiva os investimentos na atividade com ações como as da última sexta-feira.
O consignatário Ignacio Gómez Alzaga disse que o Mercado de Liniers foi bastante prejudicado com a medida porque “ninguém vai vender seu gado em um mercado com preços máximos, podendo vender em outro local sem esses limites”. Ele disse que não se lembra de uma situação igual a esta desde 1985, quando também foram fixados valores máximos.
“Na pecuária sempre é necessário olhar a longo prazo para avaliar o impacto de qualquer medida, mas com isso, é certo que haverá um menor investimento e o ritmo de engorda do gado será outro”, disse o consignatário, Carlos Pujol.
Para o vice-presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), Nestor Roulet, “isso demonstra que se está perdendo a confiança nos mercados, uma ferramenta que temos que defender, porque o pior que pode nos acontecer é não sabermos como e onde vender”.
Com uma forte pressão de seus associados, a CRA – que liderou uma parada agropecuária no final de julho – analisará possíveis medidas de força e não descarta a convocação de uma nova greve.
A reportagem é de José Crettaz para o La Nación.