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Argentina: medida pode reduzir preço da carne no mercado internacional

A decisão do governo argentino de flexibilizar a proibição à exportação de carne bovina deve reduzir os preços do produto no mercado internacional, afetando o Brasil.

“Os preços da carne brasileira para exportação já caíram por conta da medida argentina”, diz Fabrício Azevedo, da trading All Food Trade. Ele diz que na semana passada os preços da carne brasileira (contra filet), com destino à Europa, eram de US$ 7.500 a tonelada. Ontem, caíram 6,7%, para US$ 7.000. “Apesar da queda, os preços ainda estão muito acima das médias históricas (de US$ 4.000)”, diz.

Ele ressalta que a Argentina liberou o equivalente a apenas 40% do exportado no ano passado, o que não será suficiente para suprir totalmente a demanda externa. “Por isso, acredito que os preços de alguns cortes, para alguns destinos, devem se manter acima dos níveis historicamente registrados”, afirmou.

Outra fonte do setor concorda que os preços devem se manter, de maneira geral, mais firmes. “O verão no hemisfério norte, período em que os europeus consomem mais carne, está para começar, o que deixa os europeus em uma situação de abastecimento particularmente difícil”, disse. O verão é o período em que se consome mais carne bovina em razão de eventos como churrascos ao ar livre.

Além do fator consumo, também é preciso lembrar que quando o governo argentino decretou a proibição, no início do ano, demorou outros dois meses para liberar para embarque a mercadoria pronta para exportação. “Por isso, o relaxamento do embargo pode demorar mais tempo do que se imagina para ser efetivamente colocado nas ruas”, afirmou. A notícia é de Lucia Kassai, para a Gazeta Mercantil.

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