Más notícias para os consumidores argentinos. A carne voltou a subir – 10% – a partir desta quarta-feira no mercado atacadista. Em menos de uma semana, o preço da matéria-prima subiu até 42%.
Esta é a razão pela qual, segundo informou uma fonte de uma importante rede de supermercados do país, os preços da carne ao consumidor também deverão subir. “Não podemos absorver essa alta porque é muito elevada, e não há estoques; é possível que, quando a oferta voltar ao normal, os preços sofram uma baixa”, afirmou.
Porém, mesmo que ocorra essa redução nos preços, esses não voltariam aos valores de dezembro e janeiro passados, segundo analistas do setor. Além disso, os aumentos das carnes poderiam ser ainda maiores nos açougues, quando comparados com os das grandes redes de varejo, uma vez que esses não possuem capacidade para compensar os resultados das vendas de carnes com outros produtos.
O valor do novilho que na semana passada estava em 1,10 pesos (US$ 0,37) o quilo, ontem chegou a 1,39 pesos (US$ 0,47) o quilo vivo. Na semana passada, houve uma redução de 30% no número disponível de cabeças no mercado, com somente 21% da oferta sendo de novilhos, a categoria mais requerida pelos consumidores. O peso médio dos animais, um dado que determina o volume final de carne, também caiu de 390 a 373 quilos por animal.
“Há uma razão para explicar a escassa oferta de gado: a incerteza que os produtores estão tendo com relação ao pagamento, de forma que preferem esperar antes de vender”, disse o vice-presidente do Mercado de Liniers e produtor agropecuário, Ignacio Gómez Alzaga.
Pela lógica do mercado, o que hoje ocorre nas vendas no atacado determina os preços finais do produto no varejo. O varejo, segundo Alzaga, dificilmente poderá absorver os aumentos de preço da carne. “Uma alta de 50% em uma semana é impossível de ser absorvida”.
Porém, uma das perguntas mais importantes nesse momento crítico pelo qual a Argentina está passando é: como anda o abastecimento do produto? E a resposta é a seguinte: atualmente, os produtores de carne somente estão vendendo os animais para poder cobrir alguns de seus gastos.
“Eu, como produtor, somente vendo os animais quando tenho um destino definido para o dinheiro da venda; reponho os animais antes de vender e cuido para que o dinheiro não fique no banco”, disse Alzaga. Quando questionado sobre a reação dos consumidores com o aumento do preço da carne, Alzaga disse que esse produto subiu muito menos do que outros no mercado. “Não acredito que haverá reclamação, porque os produtores estão apenas agindo racionalmente”.
Fonte: La Nación (por Franco Varise), adpatado por Equipe BeefPoint