Fechamento 11:51 – 27/03/02
27 de março de 2002
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1 de abril de 2002

Argentina: preço da carne deverá ter aumento no varejo

Os preços da carne na Argentina poderão registrar novos aumentos nos próximos dias. No início desta semana, em apenas 2 dias, as cotações do gado apresentaram um salto brusco de quase 20% no Mercado de Liniers. Segundo os especialistas, será praticamente impossível que este aumento não seja repassado, pelo varejo, aos consumidores.

A carne era, até agora, um dos poucos produtos que tinha se mantido praticamente à margem das fortes altas de preços causadas pela desvalorização do peso argentino, apesar de ter sofrido algumas alterações de preços devido à alta dos preços dos produtos agrícolas, causada pela recuperação dos mercados de exportação, após a crise da aftosa.

Porém, nos últimos dias, o peso argentino apresentou uma desvalorização muito grande. O elevado aumento do dólar fez com que muitos produtores decidissem não vender o produto, para não correr o risco de perder dinheiro.

Essa retração da oferta veio exatamente em um momento no qual os frigoríficos e supermercados necessitariam fazer um estoque extra de carne, com o objetivo de fazer frente à sucessão de feriados que ocorrem durante a Semana Santa, os quais durarão, na Argentina, até terça-feira. Por isso, no mercado de Liniers, o gado subiu 20% em dois dias.

“Tem-se produzido uma conjuntura insólita”, disse o gerente nacional de carnes dos supermercados Carrefour e Norte, Heraldo Blaco. Em ambas as cadeias, foi decidido não aumentar o preço da carne ao consumidor, pelo menos até a próxima semana, para que seja observada a evolução do dólar. Porém, ele admitiu que, caso essa tendência persista, é possível que haja aumentos.

O membro da Câmara de Frigoríficos Regionais da Argentina, Mario Ravettino, disse que o mercado pecuário poderá se estabilizar em breve se o Governo do país tomar medidas para colocar um fim nessas incertezas. “Quem vai vender seu gado a 15 ou 30 dias se não se sabe o que acontecerá amanhã com o dólar?”, argumentou.

Ainda nesta semana o governo argentino realizou negociações para evitar que haja novos aumentos em outros produtos essenciais para as famílias argentinas: o pão e o leite. No primeiro caso, o secretário de Defesa da Concorrência, Pablo Challú, reuniu-se com os padeiros e os produtores de farinha, os quais demonstraram sua preocupação com o grande aumento do trigo.

As empresas lácteas, no entanto, advertiram ontem que terão que voltar a aumentar o leite se a Secretaria da Agricultura determinar que o preço pago ao produtor pelo leite, no próximo mês, seja reajustado.

Fonte: El Clarín, adaptado por Equipe BeefPoint

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