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Argentina: presidente retoma negociação com ruralistas

O governo da presidente Cristina Kirchner retomou ontem as negociações com os líderes das quatro principais associações ruralistas argentinas, mas manteve a posição inflexível de não reduzir impostos para o setor. Os ruralistas reuniram-se com o chefe do gabinete de ministros, Aníbal Fernández. Os ruralistas exigiram a redução dos impostos aplicados sobre as exportações agropecuárias. O governo não cedeu neste ponto, mas concordou em flexibilizar as duras restrições que aplicou desde 2007 às exportações de carne e trigo.

O governo da presidente Cristina Kirchner retomou ontem as negociações com os líderes das quatro principais associações ruralistas argentinas, mas manteve a posição inflexível de não reduzir impostos para o setor. Os ruralistas – que no ano passado transformaram-se nos principais inimigos do governo Kirchner – reuniram-se com o chefe do gabinete de ministros, Aníbal Fernández.

Os ruralistas exigiram a redução dos impostos aplicados sobre as exportações agropecuárias. O governo não cedeu neste ponto, mas concordou em flexibilizar as duras restrições que aplicou desde 2007 às exportações de carne e trigo. Os líderes ruralistas afirmaram que as ofertas do governo “estão longe das aspirações” do setor. Embora descartem retomar os protestos, eles pretendem pressionar o governo no Parlamento. A reunião era considerada crucial para medir o sucesso ou o fracasso da convocação do governo para o diálogo com a oposição.

O conflito com os ruralistas teve início em março de 2008, quando Cristina decretou um “impostaço agrário” com o qual pretendia arrecadar US$ 2 bilhões. Entretanto, os ruralistas, em protesto, desataram uma série de locautes, que incluíram piquetes nas estradas e provocaram o desabastecimento de alimentos, além da disparada da inflação.

O conflito teve seu ponto culminante em julho, quando o impostaço foi votado no Senado. O vice-presidente da República e presidente do Senado, Julio Cobos, com seu voto de Minerva, decidiu a votação em favor da oposição. Cristina acusou os ruralistas de prepararem um “golpe de Estado”.

A crise com os ruralistas provocou, segundo estimativas, prejuízos de mais de US$ 5 bilhões ao país, além da perda da popularidade da presidente, que despencou de 55% de aprovação para 20%.

Pela primeira vez, os Kirchners foram alvos de panelaços da classe média. O conflito – considerado “desnecessário” por analistas – também resultou em uma fuga de aliados do governo e culminou na derrota do casal presidencial nas recentes eleições parlamentares.

Nas últimas semanas, após a derrota eleitoral, o governo – que a partir de dezembro não terá mais maioria no Parlamento – deixou de lado a posição de confronto permanente e iniciou uma gradual aproximação com a oposição.

A matéria é de Ariel Palacios, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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