Produtores de carne suína da Argentina, reunidos na Federação Agrária - a mais combativa organização ruralista argentina - anunciaram após uma assembleia na província de Córdoba que realizarão o bloqueio das pontes que ligam o país com o Brasil para impedir a entrada de produtos suínos Made in Brazil, especialmente a polpa de carne suína. "Não podemos mais permitir que exista um "chanchoducto" (porcoduto) pelo qual chegam aqui animais de outros países, que afetam nossa produção e provocarão o desaparecimento de pequenos e médios produtores", afirma Eduardo Buzzi, líder da Federação Agrária, que acusa o governo argentino de permitir o que denomina de "invasão" brasileira.
Produtores de carne suína da Argentina, reunidos na Federação Agrária – a mais combativa organização ruralista argentina – anunciaram após uma assembleia na província de Córdoba que realizarão o bloqueio das pontes que ligam o país com o Brasil para impedir a entrada de produtos suínos Made in Brazil, especialmente a polpa de carne suína. “Não podemos mais permitir que exista um “chanchoducto” (porcoduto) pelo qual chegam aqui animais de outros países, que afetam nossa produção e provocarão o desaparecimento de pequenos e médios produtores”, afirma Eduardo Buzzi, líder da Federação Agrária, que acusa o governo argentino de permitir o que denomina de “invasão” brasileira.
O setor suíno argentino possui um longo currículo de conflitos com os produtores brasileiros. Os confrontos iniciaram em 1997, quando os produtores locais começaram a reclamar sobre supostas “invasões” de suínos brasileiros, além de acusar os brasileiros de fornecerem milho subsidiado como alimentos aos suínos. Em várias ocasiões, produtores argentinos fizeram piquetes nas estradas.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, considerou a ameaça de bloqueio das pontes uma questão política e não comercial. “Não tem fundamento. Nos últimos três meses, as exportações para a Argentina não cresceram. Aliás, de maio para junho elas até recuaram”, afirmou o executivo.
Segundo ele, em abril foram embarcadas para a Argentina 3,25 mil toneladas; em maio, 3,246 mil toneladas e, em junho, 2,473 mil toneladas. Apesar de o país vizinho ser o terceiro maior mercado da carne suína brasileira – até junho, as vendas representaram 7,14% do total -, Camargo Neto não vê impactos com o bloqueio. “Uma paralisação das importações argentinas da nossa carne suína já ocorreu há três meses e não surtiu efeito. Acredito num mesmo desfecho dessa vez”, declarou.
O presidente da Abipecs declarou, ainda, que os suinocultores argentinos deveriam estar mais preocupados em aumentar sua produtividade do que impedir importações do produto. “Hoje, eles não têm condições de atender à demanda, porque se perdeu muito em produtividade. Eles deveriam estar é pleiteando mais condições de investimento em tecnologia para aumentar sua produção”, disse. “O milho deles é mais barato que o nosso e eles poderiam aproveitar essa condição favorável e até exportar mais”, completou.
As informações são da Agência Estado, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.