A inserção da carne orgânica no mercado interno e a futura exploração de destinos no exterior constituem os principais objetivos de um grupo de produtores de carne orgânica da Argentina, segundo informou o impulsionador do projeto e integrante do Grupo de Estudos de Meio-Ambiente e Alimentos (GEIA) da Faculdade Regional da Universidade Tecnológica Nacional, Horacio Campaña.
“Queremos desenvolver o mercado interno, que atualmente é inexistente para a carne ecológica. Por este motivo, estamos mantendo negociações com uma cadeia de supermercados, para cumprir com este objetivo em um prazo estimado de dois anos”, disse Campaña, que esclareceu que a venda será feita “com o reconhecimento correspondente de preço e qualidade, ainda que sem uma diferença de custo excessiva”.
A carne orgânica na Argentina enfrenta uma grande competição, inclusive com carnes do “mercado negro”, que não pagam os impostos. Além disso, o produto tem ainda o gasto com a certificação. Neste sentido, os produtores solicitarão algum incentivo fiscal, em nível provincial ou nacional.
Campaña disse que os contatos feitos com firmas européias interessadas no produto permitiriam vencer o principal obstáculo do setor: a comercialização do produto. Segundo uma pesquisa realizada pelo GEIA entre os produtores de carne orgânica, 20% dos consultados nunca vendeu sob esta denominação.
Atualmente, as exportações de carne ecológica são feitas através da Cota Hilton. Isso poderia ser considerado uma desvalorização para os produtores que teriam condições de se certificar como orgânico.”A carne, apesar de sair do país como corte Hilton, é paga como orgânica”.
Apesar da produção de carne ecológica da Argentina ser exportada em sua totalidade para mercados como EUA, UE e Brasil, a sustentabilidade da atividade requer o consumo interno. A reportagem é do LaNuevaProvincia.com.