Os produtores rurais argentinos querem fazer uma greve geral para pressionar o governo de Néstor Kirchner a implementar políticas de apoio ao setor. Apesar dos produtores solicitarem o movimento desde a suspensão das exportações de carne bovina em março, as Confederações Rurais Argentinas (CRA), numa atitude mais conciliadora, têm resistido à idéia.
De acordo com uma fonte ligada às Confederações Rurais das províncias de Buenos Aires, La Pampa, Santa Fe e Córdoba, a maioria das entidades quer greve até o final desse mês, apesar da recente flexibilização do governo à proibição das exportações de carne bovina.
Para os produtores, a suspensão das exportações de carne foi uma medida extrema e nociva para o setor. Cálculos indicam que desde a implementação da medida, o preço do gado vivo caiu entre 30% a 35%, de acordo com a categoria, e os preços ao consumidor baixaram somente 7% no período.
O presidente da CRA, Mario Llambías tem rejeitado todos os pedidos de greve que surgem das bases produtoras. Porém, a fonte estimou que a tendência é de ruptura total do diálogo com o governo, principalmente depois do anúncio do presidente da Federação Agrária Argentina, Eduardo Buzzi, na semana passada, de que “não há mais negociação com o governo”. Buzzi convocou uma série de assembléias, que tiveram início no último sábado, para deliberar sobre a realização de uma greve, informou reportagem do Estadão/Agronegócios.