Argentina quer cota Hilton só para empresas nacionais

Com a aquisição de indústrias argentinas pelas brasileiras, o Brasil passou a abocanhar 20% da cota Hilton de 28 mil toneladas a que o país vizinho tem direito. De olho nesse "desfalque", o governo quer tirar a cota das indústrias controladas por estrangeiros, o que pode afugentar novos investimentos.

Com a aquisição de indústrias argentinas pelas brasileiras, o Brasil passou a abocanhar 20% da cota Hilton de 28 mil toneladas a que o país vizinho tem direito. De olho nesse “desfalque”, o governo quer tirar a cota das indústrias controladas por estrangeiros, o que pode afugentar novos investimentos.

A previsão é que, no ano que vem, a porção da cota que passou de mãos argentinas para estrangeiras some 11,4 mil toneladas ou 40%. Não é para menos que dois deputados argentinos apresentaram um projeto de lei para frear a passagem da cota para multinacionais. O projeto autoriza a liberação da cota apenas para as indústrias que tenham 51% das ações nas mãos de empresários locais. “Eles entendem que a venda pela cota garante um preço mais alto, gerando lucro, que será remetido para a sede da empresa”, afirmou Miguel da Rocha Cavalcanti, da AgriPoint, em reportagem de Neila Baldi, da Gazeta Mercantil.

Ontem o Minerva anunciou que vai investir R$ 155 milhões no próximo ano, incluindo aquisições fora do Brasil. Mas a Argentina estaria de fora dos planos em função dessas restrições.

“As aquisições futuras têm foco no Brasil, mas não deixamos de olhar os países vizinhos: Uruguai, Paraguai e Argentina. No entanto, hoje o ambiente na é instável”, afirmou o diretor-presidente do Minerva, Fernando Galletti de Queiroz.

O secretário-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Carne (Abiec), Antônio Camardelli, acredita que o movimento argentino não terá sucesso. “Não tem fundamento. E hoje, como cada vez mais está distante o acordo de Doha, fica claro que haverá um acordo bilateral da União Européia e do Mercosul, portanto, o animal deixará de ser brasileiro ou argentino”, argumentou.

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