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Argentina quer maior participação nas exportações mundiais de carne bovina

A Argentina quer aumentar sua participação no mercado mundial de carne bovina através da oferta de sua famosa carne proveniente de animais alimentados a pasto para os mercados mundiais quase dois anos após a febre aftosa ter devastado a indústria de carnes do país.

Um novo Instituto de Promoção da Carne Bovina, composto por produtores, abatedouros e autoridades governamentais provinciais e nacionais, está promovendo o desenvolvimento da indústria local de carne bovina e o consumo deste produto fora do país.

“A principal meta é aumentar o tamanho do mercado para nossos animais e nossa carne. Nós acreditamos que o mercado está encolhendo e será melhor para a indústria se esta crescer, especialmente em termos de oportunidades de exportação”, disse o presidente do Instituto, Arturo Llavallol.

A iniciativa de exportação também visa tirar vantagem dos ganhos de competitividade surgidos em janeiro de 2002, com a desvalorização do peso. O peso, agora, está valendo cerca de 31 centavos de dólar norte-americano.

A Argentina tem 54 milhões de cabeças de gado, de acordo com estimativas da indústria, e este número poderá crescer em cerca de 3 milhões em curto prazo através da melhoria das taxas de prenhez dos animais.

A indústria de carne bovina da Argentina, o segundo maior produtor da América do Sul, perdeu milhões de dólares devido ao reaparecimento do vírus da febre aftosa – altamente contagioso – em seus rebanhos em 2001. A aftosa leva à redução da produção de carne e leite nos animais susceptíveis à doença, como bovinos e suínos.

A Argentina exportou 257,907 mil toneladas de carne bovina no valor de US$ 480,8 milhões em 2002, tornando-se desta forma, o sétimo maior exportador do mundo. O país chegou à posição de quinto lugar antes da epidemia de febre aftosa e o instituto espera usar o aumento da competitividade da indústria de carnes local para recuperar este território perdido.

“Nós começaremos a perceber os resultados em breve, e estaremos aptos a ganhar novos mercados. Nós deveremos ver resultados dentro de um ano”.

As exportações de carne bovina da Argentina chegaram a US$ 1 bilhão em 1995 e o país exportou 460 mil toneladas por ano há poucas décadas. “A carne bovina argentina é competitiva e pode alcançar todos os mercados, de forma que nós precisamos nos preparar para um aumento na demanda”.

A Argentina abate cerca de 12 milhões de cabeças de gado por ano, dos quais 85% são consumidos pelo mercado doméstico. Um rápido processo de engorda do gado e um bom gerenciamento dos assuntos sanitários aumentarão a produtividade e os lucros, informou o presidente do instituto.

Fonte: Reuters (por Juan Jose Lagorio), adaptado por BeefPoint

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