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Argentina registra redução do rebanho

De acordo com dados do Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina, entre março de 2008 e março de 2010, o rebanho bovino do país caiu em 14,99%, passando de 57.583.122 cabeças para 48.949.743 cabeças, ou seja, tratam-se de 8.633.379 cabeças a menos disponíveis no país nesse período.

De acordo com dados do Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina, entre março de 2008 e março de 2010, o rebanho bovino do país caiu em 14,99%, passando de 57.583.122 cabeças para 48.949.743 cabeças, ou seja, tratam-se de 8.633.379 cabeças a menos disponíveis no país nesse período.

De acordo com o jornal argentino La Nación, embora o relatório do Senasa não tenha informado isso, as causas da queda do rebanho são duas. Por um lado, a política de intervenção nos mercados aplicada desde 2006 pelo Governo do país, que fez com que os produtores tivessem os preços estáveis durante quase quatro anos. Também influenciou a seca de 2008/2009.

Só em 2001/2002 a Argentina chegou a nível tão baixo do rebanho bovino. Em 2001, o país tinha 48,85 milhões e cabeças e, em 2002, baixou para 48,53 milhões de cabeças. O ano em que o país teve um nível recorde foi em 1977, quando, segundo informações disponíveis na página do Instituto de Promoção da Carne Bovina (IPCVA), havia 61,05 milhões de bovinos.

Segundo o consultor Víctor Tonelli, para quem a baixa do rebanho chega a 10 milhões de cabeças se a série considerar desde 2007, a queda no rebanho equivale a 500.000 toneladas de carcaça com osso a menos por ano. Isso representa 13 quilos por habitante por ano a menos para consumo. O que a Argentina perdeu representa quase 75% do rebanho do Paraguai e do Uruguai, com 12 e 11,7 milhões de cabeças, respectivamente.

Os dados do Senasa revelam também uma mudança na quantidade de estabelecimentos com bovinos. Houve no mesmo período uma baixa de 3,8%, ao reduzir-se o número de estabelecimentos de 218.463 para 210.158.

Para Ignacio Iriarte, do Informe Ganadero, o estudo mostra uma queda maior do que o esperado do rebanho. Além isso, o Senasa fala de um rebanho até março de 2010 e, desde então, até junho, os abates continuaram (cerca de 900.000 cabeças por mês) e quase não houve nascimentos, já que o período de mais parições começou em julho. Assim, o dado atual poderia ser ainda menor.

Segundo Iriarte, a quantidade de bezerros calculada pelo Senasa também é menor do que se esperava. Segundo o órgão, em março passado havia 11.481.610 bezerros (entre machos e fêmeas), um dado menor que os 12 milhões que se previa. Em comparação com o que ocorria em março de 2008, no país há 2.802.914 bezerros a menos. Em março de 2008, o total de bezerros, entre machos e fêmeas, era de 14.284.524 bezerros.

Outro dado é que o rebanho de vacas informado pelo Senasa é levemente superior ao que os especialistas esperavam. Em março, havia 20.540.972 cabeças. Os especialistas previam pouco menos de 20 milhões. No entanto, o rebanho de vacas é menor do que em março de 2008, quando havia 23,7 milhões de cabeças.

Para Iriarte, esse ano, a Argentina terá uma produção de 2,6 milhões de toneladas de carne, contra 3,4 milhões de 2009. “É a queda mais pronunciada desde 1914”.

A reportagem é do La Nación, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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