O aproveitamento das oportunidades que o mercado mundial oferece de colocação de carnes argentinas exige contar com um sistema ou órgão eficiente de controle sanitário a nível nacional.
O crescimento sustentado da demanda mundial de carnes oferece boas perspectivas para a exportação do produto argentino, mas o país requer uma política pecuária, ainda pendente, e um órgão de controle sanitário eficiente e confiável para aumentar as vendas ao exterior sem afetar o mercado interno, concordaram os participantes da “Jornada Pecuária”, realizada na Exposição Rural de Palermo.
“Com a sua ampliação de 15 a 25 membros, a União Européia (UE) demandará cerca de 600 mil toneladas anuais de carne e a incorporação da China e outros países asiáticos ao mercado mundial garante um crescimento sustentado da demanda para os próximos 20 anos”, afirmou o diretor da Carne Hereford -um dos projetos de produtores que vendem o produto argentino ao exterior com marca própria -, Víctor Tonelli.
Porém, para aproveitar esta oportunidade, a Argentina precisa de políticas para aumentar a produção e a produtividade de sua pecuária e um órgão sanitário eficiente e confiável, capaz de garantir a qualidade dos envios aos consumidores externos, disse ele.
O vice-presidente do Instituto de Promoção de Carne Bovina e representante do Argentine Beef Consortium (ABC), que reúne os principais frigoríficos exportadores do país, Enrique de LeonBelloc, disse que “tão importante quanto conseguir a reabertura comercial é recuperar o acesso sanitário aos mercados de maior poder aquisitivo” como Estados Unidos e Canadá, que ainda permanecem fechados para as carnes argentinas.
O representante do ABC reclamou também a atenção sobre “áreas estratégicas”, como “os sistemas nacionais de informação”, e classificou de “vergonhoso” que não se saiba o número de cabeças de gado existentes no país e que não haja dados confiáveis sobre o movimento interno dos animais. Ele enfatizou a necessidade de fomentar a produtividade aumentando o peso dos animais enviados para o abate.
Além disso, LeonBelloc questionou a existência de um “duplo padrão sanitário” entre os estabelecimentos que praticam a rastreabilidade e os que se mantêm à margem do sistema e defendeu a simplificação do mecanismo para facilitar a participação dos pequenos produtores.
Fonte: El Diario – Entre Ríos, adaptado por Equipe BeefPoint