O principal comprador de carne da Argentina, a Rússia, solicitou uma audiência com a ministra da Economia, Felisa Miceli, e com o secretário de Agricultura, Miguel Campos, para avisar que seu governo não está disposto a arcar com os prejuízos gerados pela suspenção das exportações argentinas. O embaixador russo em Buenos Aires, Yuri Korchagin, quer uma exceção.
A Rússia compra 700 mil toneladas anuais de carne, um volume abastecido principalmente pelo Brasil e Argentina. Segundo fontes dos frigoríficos, pelos mesmos cortes que os russos compram da Argentina por US$ 2 mil a tonelada, o Uruguai quer cobrar US$ 2,9 mil a tonelada. Portanto, para abastecer-se, a Rússia terá que pagar mais caro pela carne importada, o que provocará uma alta nos seus preços internos.
No ano passado, a Rússia comprou cerca de 200 mil toneladas de carne bovina argentina, o que equivale à metade da carne exportada pelo país, e pagou aproximadamente US$ 300 milhões, 40% de todo o valor de divisas que o país recebeu pela venda desse produto.
E o maior problema é que a inflação é um obstáculo para a Rússia, assim como para a Argentina, já que ambas registraram inflação anual de 12,8% e 12,3%, respectivamente, em 2005, de acordo com reportagem do Estadão/Agronegócios.