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Argentina tem redução no rebanho bovino

Na década de 50, a Argentina contava com aproximadamente 2,6 bovinos por habitante. No entanto, atualmente, este número caiu pela metade, de acordo com o engenheiro agrônomo Oscar Melo. Esta redução do estoque bovino per capita “tem uma significância particular porque a carne produzida se destina em grande proporção ao consumo interno”.

A atual proporção do número de vacas, de 1,35 bovino por habitante, é comparável à de países competidores da Argentina no comércio mundial de carnes, como Brasil (0,98 bovino/hab) e Austrália (1,44 bovinos/hab) e muito superior à dos Estados Unidos (0,35 bovino/hab).

“No entanto, a principal diferença está no fato de que durante a última década a Argentina diminuiu seu estoque total de bovinos em aproximadamente quatro milhões de cabeças, enquanto que nos outros países houve aumento neste número, particularmente no Brasil, que registrou um aumento de 20 milhões de cabeças”.

Melo disse que uma das principais características do rebanho de corte da Argentina é a baixa produtividade. “A taxa de extração média nos últimos 10 anos foi de 25%. Considerando-se o que estoque total reduziu, a taxa de extração de equilíbrio – que é a verdadeira indicadora da produtividade – é ainda menor. Esta baixa produtividade do estoque poderia ser explicada pelo sistema de produção pastoril de nosso país, mas essa explicação não é totalmente satisfatória”.

Segundo Melo, o baixo número per capita de bovinos demonstra a perda de significação econômica da atividade pecuária na Argentina. É possível que muitos pecuaristas pensem que a redução é benéfica, dado que com a menor oferta, a expectativa é de melhores preços. “No entanto, esta redução não é totalmente benéfica porque a diminuição constante no número de bovinos por habitante não se traduziu em melhora de preços e hoje os pecuaristas participam de uma atividade econômica muito menor e com participantes menos importantes”.

Melo disse que, diante deste panorama, é vital mudar esta realidade. Porém, ele disse que não devem ser utilizadas medidas antigas, como fomentar o crescimento do rebanho e reduzir o consumo, com a implementação de medidas como créditos para a retenção de ventres. “É possível aumentar a produção de carne sem modificar o estoque, implementando mudanças na produtividade da população atual. A chave está em aumentar a eficiência reprodutiva e o peso dos animais”.

Ao analisar as mudanças econômicas vividas pela Argentina, Melo considerou que a alteração da paridade cambiária provocou um aumento de preços nos produtos exportáveis com relação àqueles de consumo interno. O valor da carne bovina está determinado pelo mercado local, que é seu principal destino. Uma situação inversa ocorre com os grãos, que são destinados principalmente à exportação.

Fonte: Litoral, adaptado por Equipe BeefPoint

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