O boi brasileiro já não é o mais caro do Mercosul e voltou a se distanciar, um pouco, do valor negociado nos Estados Unidos. Desde outubro do ano passado que, em dólar, a arroba brasileira era superior a do Uruguai - tradicionalmente o mais valorizado da região. Segundo o sócio-diretor da AgriPoint, Miguel da Rocha Cavalcanti. Segundo ele, o preço do boi brasileiro está alto por questão de oferta e, quando convertido em dólar, fica caro.
O boi brasileiro já não é o mais caro do Mercosul e voltou a se distanciar, um pouco, do valor negociado nos Estados Unidos. Desde outubro do ano passado que, em dólar, a arroba brasileira era superior a do Uruguai – tradicionalmente o mais valorizado da região.
A alta do preço no país vizinho e o câmbio teriam influenciado a inversão das posições. Para analistas, a diferença pode se manter por um tempo – vai depender de fatores não só fundamentais do mercado, mas também financeiros. Esta semana, a arroba no Brasil está sendo comercializada a US$ 54,60 e a uruguaia, a US$ 57,90. Os valores consideram o preço da arroba praticada no estado de São Paulo.
Durante os 10 meses em que o produtor brasileiro recebeu mais que o vizinho do Mercosul, a maior diferença chegou a US$ 10 por arroba, em dezembro do ano passado.
Entre os principais competidores brasileiros, o que tem o animal mais barato é a Argentina, US$ 33,81 a arroba. No entanto, segundo o analista Paulo Molinari, da Safras & Mercado, trata-se de um valor “artificial” em função do auto-embargo e da depreciação da moeda local por questão inflacionária.
Os frigoríficos brasileiros vinham reclamando do preço do gado brasileiro, que estava próximo ao americano (por volta de US$ 60 a arroba), o que estaria tirando a competitividade do País. No entanto, o diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz, lembra que mais que os preços em dólar, os custos influenciam. Na sua avaliação, diante da atual situação do dólar no mundo – enfraquecido – não faz sentido fazer a comparação de preços nesta moeda. Ele acredita que a diferença entre os dois países seja mais uma questão financeira que técnica. Até ontem, o dólar se valorizou 3,45% em relação ao real no mês de agosto.
Opinião semelhante tem o sócio-diretor da AgriPoint, Miguel da Rocha Cavalcanti. Segundo ele, o preço do boi brasileiro está alto por uma questão de oferta e, quando convertido em dólar, fica caro.
Molinari lembra que o mercado brasileiro deu uma “acomodada” e, ao mesmo tempo, houve a questão cambial. Além disso, segundo ele, a queda nas exportações brasileiras podem ter influenciado no preço. “No Uruguai o rebanho é pequeno e muito ajustado, qualquer repique nas exportações provoca alta no valor da arroba. E, se o Brasil está vendendo menos, alguém está vendendo mais”, avalia. Apesar da diferença entre o preço praticado no Brasil em relação ao Uruguai e até os Estados Unidos, ele diz que o valor da carne brasileira pode ainda não ter chegado ao teto.
As informações são de Neila Baldi, em matéria publicada na Gazeta Mercantil, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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acredito que a pressa que os frigorificos fazem aos produtores nao sao justas por diversa causas ?????