A entressafra, a tensão pré-eleitoral, a instabilidade cambial, as aquecidas exportações e o clima ameno estão contribuindo para manter elevados os preços da arroba do boi gordo, que devem subir ainda mais nesta semana pré-eleitoral.
Segundo o analista da FNP Consultoria, José Vicente Ferraz, a arroba alcançou, na sexta-feira (27), R$ 52 (30 dias de prazo, para descontar Funrural) na média paulista, ante R$ 51,50 na quinta-feira e R$ 50,00 há cerca de 15 dias. “É um preço melhor do que o praticado no mesmo período de 2001 e não vejo motivos para fortes oscilações até o início de novembro”. Com exceção para esta semana, quando Ferraz prevê maior grau de insegurança no mercado como um todo, quando o boi se fortalece como moeda forte, podendo chegar a R$ 53 a arroba.
O diretor do Instituto de Economia Agrícola (IEA), Nelson Batista Martin, também aposta em mais 60 dias de oferta escassa e cotações sustentadas se nada de extraordinário acontecer. Ele toma como sinalizador dessa tendência o mercado futuro: na BM&F, a arroba para outubro alcançou na sexta-feira R$ 53,85, com valorização de 3,06% na semana, 5,98% no mês, 21,56% no acumulado de 2002 e 16,81% nos últimos doze meses.
Segundo o analista da Scot Consultoria, Fabiano Ribeiro Tito Rosa, a oferta de boi confinado, que foi menor e tardia este ano, deverá terminar no fim de outubro e tudo indica que a escassez de oferta vai durar até novembro, quanto começam a entrar no mercado os animais de pasto. “Mas tudo dependerá muito do câmbio, já que, em dólar, a arroba está no nível mais baixo desde maio de 1998”, afirma Rosa.
Fonte: Valor On Line, adaptado por Equipe BeefPoint