O mercado de boi gordo segue com preços firmes na maioria das praças de comercialização. A boa demanda e a oferta retraída vêm dando sustentação aos preços. Ontem, os comentários de mercado davam conta de negócios a R$ 62,00 por arroba em São Paulo, embora a maioria esteja sendo fechada ainda a R$ 61,00 a prazo, para descontar o funrural.
Os frigoríficos já começam a montar suas escalas para o início de novembro e grande parte trabalha hoje com uma programação de sete dias.
Maria Gabriela Tonini, da Scot Consultoria, diz que os negócios fechados a R$ 62,00 arroba ocorreram na região de Araçatuba e envolveram tanto frigoríficos de grande porte como pequenos.
A Scot informa que os preços no Mato Grosso (sudoeste, norte e Barra do Garças) subiram em média R$ 1 para o boi rastreado. “Como os animais de cocho não são tão comuns, as ofertas ficam menores que nas outras regiões”.
No Mato Grosso, os negócios estão saindo a R$ 60,00 por arroba, mas com a oferta curta, já existem indicações de R$ 61,00. Segundo a Scot Consultoria, os frigoríficos de Dourados (MS) que atuam no mercado interno não fazem diferença entre vaca gorda rastreada ou não rastreada, pagando a prazo R$ 53,00 por arroba para descontar.
A consultoria diz que a procura no atacado é maior pela carne de vaca, em função dos preços. Ontem, a cotação do traseiro bovino recuou R$ 0,10/kg para R$ 4,40/kg, refletindo um enfraquecimento do consumo nos últimos dias.
Em sua análise de mercado, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) observa que os pecuaristas continuam recuados, à espera de novas altas dos preços. “Essa expectativa baseia-se no aquecimento das compras por parte dos frigoríficos, bem como na redução da oferta de gado de pasto. São os últimos animais negociados nesta safra. Outro fator que contribuiu para a retração dos vendedores foi a chuva que atingiu as pastagens e dificultou o transporte”.
Fonte: Estadão/Agronegócios (por Venilson Ferreira), adaptado por Equipe BeefPoint