Nesta semana a oferta reduzida fez a pressão dos frigoríficos se dissipar e o preço da arroba voltou a subir. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo foi cotado a R$ 78,91/@, com alta de 1,21% na semana.
Nesta semana a oferta reduzida fez a pressão dos frigoríficos se dissipar e o preço da arroba voltou a subir. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista registrou variação acumulada de +1,35% na semana, sendo cotado a R$ 78,10/@ na última quarta-feira. O indicador a prazo foi cotado pelo Cepea a R$ 78,91/@, com alta de 1,21% no mesmo período (03/03 a 10/03). Em março a variação acumulada é de 0,31%.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
O Dólar comercial fechou esta quarta-feira (10) em queda, sendo cotado na compra (PTAX) a R$ 1,7708, a menor cotação da moeda desde o último dia 18 de janeiro.
Como toda quarta-feira, o Banco Central divulgou novos dados referentes ao mercado de divisas do Brasil. Um deles foi o fluxo cambial, apontando que a saída de dólares do País superou a entrada em US$ 1,025 bilhão durante a primeira semana de março, invertendo assim o saldo acumulado em 2010, que passou a ser deficitário em US$ 530 milhões.
Diferentemente das sessões anteriores, a pauta econômica internacional voltou a trazer eventos relevantes aos mercados. Nos EUA, o nível dos estoques no atacado surpreendeu o mercado ao se contrair 0,2% em janeiro, ante as expectativas de elevação de 0,2%. Ainda na principal economia do mundo, os estoques de petróleo registraram avanço menor do que o esperado na passagem semanal, enquanto o déficit público de US$ 221 bilhões em fevereiro veio praticamente em linha com o esperado
Contudo, as referências do outro lado do Atlântico trouxeram melhores ares aos investidores. Na China, as exportações em fevereiro registraram o maior avanço na passagem anual desde fevereiro de 2007. Já na Europa, as declarações do ex-presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, foram bem recebidas. Prodi afirmou que o pior da crise fiscal grega já ficou para trás, e que não “há razão para se temer um colapso do sistema do euro”.
Com o Dólar recuando 0,73% na semana, a arroba do boi gordo em dólares subiu para US$ 44,10 (+2,09%).
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista em R$ e US$
Os exportadores que reclamam do câmbio terão de se acostumar com o atual patamar da relação entre o real e o dólar por um bom tempo, alerta Fabio Silveira, economista da RC Consultores. Diante dos movimentos derivados do aprofundamento da crise financeira irradiada dos EUA, ele não acredita que haverá mudanças substanciais no câmbio pelo menos até 2011, e isso mesmo com a recuperação da economia global. Mas talvez o problema cambial tenha efeitos menos deletérios no futuro próximo do que no passado recente, dadas as perspectivas de crescimento da economia do país e, consequentemente, do provável aquecimento da demanda doméstica.
“Agora, é preciso mexer em questões como a elevada carga tributária, encargos trabalhistas e juros. O agronegócio é estratégico, daí os subsídios nos EUA, na Europa e na China, entre outros países. Não podemos nos esquecer que as exportações tornaram o setor o primeiro e mais importante gerador de reservas para o Brasil”, afirma Silveira.
A importância do mercado doméstico já foi reconhecida pelos principais atores do setor no complicado ano passado. Empresas de grãos como Cargill, Bunge, Caramuru e Granol louvaram o crescimento do consumo brasileiro e seus efeitos nos resultados. E frigoríficos como JBS e Marfrig tiveram nas vendas no país um peso muito maior, em um ambiente de forte queda dos preços de exportação.
No mercado físico, a oferta segue cada vez mais reduzida e os frigoríficos trabalham com escalas curtas. Diante dos preços ofertados pelo boi gordo – considerado baixo pela maioria dos pecuaristas – e da dificuldade de reposição, poucos produtores se sentem estimulados a negociar no momento e com as pastagens em boas condições preferem segurar seus lotes de animais terminados para negociar mais para frente.
Segundo o Cepea, frigoríficos de todas as praças consultadas na pesquisa de preços têm enfrentado forte dificuldade para preenchimento das escalas mesmo com plantas industriais operando abaixo de suas capacidades. Nesse contexto, compradores arrematam praticamente todas as ofertas de pecuaristas, precisando, em muitas das vezes, reajustar o preço de compra que haviam programado para o dia.
O leitor do BeefPoint, André Fioravanti, de Dracena/SP, comenta que hoje vendeu um lote de vacas gordas a R$ 73,00/@, para ser abatido amanhã. “O negócio tá uma loucura, frigorífico comprando tudo que vê pela frente”, comenta Fioravanti.
O leitor do BeefPoint, João Pires Castanho, de Lavínia/SP, região oeste do Estado, informou através do formulário de cotações do BeefPoint, que vendeu um lote de bois gordos a R$ 75,00/@, à vista. “O bezerro desmamado está sendo negociado em torno de R$ 680,00, acredite se quiser. Ou a arroba sobe ou a reposição abaixa, pois do jeito que está irá travar o processo. Estou vendendo bois, e não estou conseguindo fazer a reposição, vendendo apenas para fazer caixa”, completa Castanho.
Pedro Rocha Marques, de Manoel Viana, no Rio Grande do Sul, comentou na região da fronteira os frigoríficos estão oferta R$ 73,20 pela arroba do boi gordo.
De Paragominas/PA, Chicão Caruzo, que atua na comercialização de bovinos, informou que na região o boi gordo é negociado a R$ 73,00/@ e a arroba da vaca gorda está valendo R$ 66,00/@.
Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.
Apesar da retração registrada no último pregão, a BM&FBovespa acumulou valorização em todos os contratos de boi gordo durante a semana. O primeiro vencimento, março/10, fechou a R$ 78,08/@ na última quarta-feira, com alta de R$ 0,74 na semana. Os contratos q vencem em maio/10 tiveram valorização de R$ 0,80 no período analisado, fechando a R$ 77,16/@ e os contratos para outubro/10 fecharam a R$ 84,17/@, registrando a maior variação da semana (+R$ 1,10).
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 03/03/10 e 10/03/10
Segundo o Boletim Intercarnes, a escassez de oferta, que já era previsto, se acentuou mantendo o mercado firme e em alta. A procura está efetivamente mais regular e já se observa pretensões de preços melhores, especificamente para dianteiros avulsos. Dentro do que já sinalizava o mercado, as ofertas devem seguir reduzidas e a tendência é de preços mais firmes para próxima semana.
No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,20, o dianteiro a R$ 4,30 e a ponta de agulha a R$ 3,70. Assim, o equivalente físico teve alta acumulada de 3,13% na semana, sendo calculado em R$ 77,01/@. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente recuou para R$ 1,09/@.
Tabela 2. Atacado da carne bovina
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 644,48/cabeça, com valorização de 3,49% na semana. Com esta variação, a relação de troca recuou para 1:2,00.
A margem bruta, que representa a sobra da transação de venda de um boi gordo de 16,5@ e compra de um bezerro de reposição e será utilizada para investimentos, pagamento de contas e salários e lucro, foi calculada em R$ 644,17, abaixo da média dos últimos 12 meses, que é de R$ 664,65.
Segundo Manoel Torres Filho, de Tupi Paulista/SP, “o mercado de reposição está um pouco mais aquecido, principalmente por lotes de boa qualidade. A procura pelo gado gordo também aumentou, mas é sempre aquele jogo de braço, o frigorífico precisa matar aumenta um pouco o preço, compra o necessário o preço volta e o pecuarista não vende mais”.
O leitor do BeefPoint, Eduardo M. de Faria, de Porangatu/GO, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que na sua região o bezerro Nelore desmamado está sendo negociado a R$ 675,00 e ás fêmeas são vendidas a R$ 455,00.
Sergio Mashanobu Ueno, informou que na região de Coxim/MS machos desmamados com aproximadamente 180 kg estão valendo R$ 600,00/cabeça.
De Umuarama/PR, Elvis Neiva comentou que que o bezerro desmamado é cotado a R$ 600,00 e as fêmeas da mesma era estão valendo R$ 500,00.
O leitor do BeefPoint, Eziquiel Borges, de Porto Velho/RO, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que em Rondônia o bezerro desmamado é negociado a R$ 450,00.
Uma missão técnica do FVO (Food and Veterinary Office), órgão da Comunidade Europeia responsável por fiscalizar o cumprimento da legislação sobre segurança alimentar, saúde animal, sanidade vegetal e bem-estar animal, chegou na semana passada ao Brasil para vistoriar fazendas e frigoríficos.
“Essa é uma visita esperada e sem sobressaltos. Não existe segredo. A missão vem checar se as regras do Sisbov (Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina) estão sendo cumpridas, já que essa é a condição principal para os produtores, que querem exportar carne in natura para esse mercado tão disputado”, analisou o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari.
A visita da missão técnica está sendo realizada em seis estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Minas Gerais. Além do Brasil, a missão técnica do FVO realiza o mesmo procedimento no Paraguai, Uruguai e Argentina.
José Ricardo Skowronek Rezende, nos enviou o seguinte comentário: “concordo com o Sr. Luciano Vacari que não há razão para sobressaltos com a vinda da missão da UE. E fico feliz que esta seja a segunda vinda de missão nestas condições. Certamente bem diferente do cenário de alguns anos atrás. Será também uma excelente oportunidade para conversarmos francamente com a UE sobre as alterações em estudo do Sisbov e suas implicações. É importante chegarmos a um denominador comum”.
No Rio Grande do Sul, os técnicos europeus estiveram no frigorífico Marfrig em Capão do Leão, onde inspecionaram instalações, técnicas de abate e sistema de rastreabilidade. “Os técnicos são muito criteriosos, em especial nos documentos. Procuram confirmar que os animais informados são de fato os abatidos e exportados. Além disso, observam as condições sanitárias do processo” explicou Roberto Schroeder, responsável pelo setor de rastreabilidade da superintendência do Ministério da Agricultura no Estado. “Foi um trabalho tranquilo, muito criterioso. O balanço do dia é positivo, não encontraram nenhum processo totalmente fora dos padrões, apenas pequenos ajustes”, disse Schroeder.
Segundo o jornal Correio do Povo/RS, na visita à propriedade Coxilha Bonita, em Cachoeira do Sul, os técnicos da missão europeia optaram por uma estratégia até então inédita neste tipo de auditoria. Dois técnicos da Secretaria da Agricultura simularam auditoria para inclusão da propriedade no cadastro de Estabelecimentos Rurais Aprovados no Sisbov (Eras). Entre as 8h e as 17h de ontem, eles tiveram que vistoriar 700 animais sob os olhos atentos dos estrangeiros. Segundo o chefe do serviço de Sanidade do Ministério da Agricultura no Estado, Bernardo Todeschini, a avaliação do trabalho foi positiva.
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Caro amigo articulista do BeefPoint, gostaria de parabeniza-los pelo formulário de cotações. É uma ferramenta verdadeira, onde os pecuaristas é que dizem o real valor do animal na sua região.
Fico um pouco chateado apenas porque os senhores não tem um campo para que se obtenha também o preço do bezerro oriundo de cruzamento industrial. Pensem com carinho nesta sugestão.
Sou criador e vendi meus bezerros de 8 meses pesando 220 kg a 700.00 reais. As femeas a 520,00 reais seu peso era de 208kg. A minha propriedade fica em Água Clara/MS. Vendi também um lote de bezerros com 235kg treecross (guzerá canchim nelore ) a 750,00 reais todas as vendas foram com 45 dias de prazo. Sem mais para o momento muito obrigado.
caro José Guedes – concordo totalmente com voce.
aproveitando, quero sugerir ao pessoal da Beefpoint, pq. nao divulgar também o preço dos bois/vacas da lista “treice”. esta semana que se aproxima tenho boi escalado para abater a R$ 76,00 e R$ 71,00 respectivamente.
Caro André
Cumprimentos pelo artigo,trata-se de uma bela fonte de atualização
de mercado.Aqui no Alegrete-RS.a reposição também esta em pata-
mares elevados,tendo sido vendidos bois de 13 a 24 meses a RS 3,10
o kg.como se pode ver fic a dificil a reposição num mercado onde os
frigorificos estão sempre tentando alongar a escala e reduzir preço
Um forte abraço
osvaldo chibiaque
Aproveitando sugestões do colega, tendo em vista que a tendência irreversível de cotação de bezerro a kilo, gostaria de sugerir a cotação do bezerro por kilo. Um abraço, Eder Ghizzi