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28 de abril de 2005
Síntese Agropecuária BM&F -30/04/2005
30 de abril de 2005

As experiências e as dificuldades de mudança

Durante vários anos o empresariado brasileiro, especialmente o do meio rural, teve a possibilidade de crescer acompanhando a evolução do mercado e o próprio desenvolvimento do país, que manteve sempre um desenvolvimento, ora maior ora menor, num ambiente de pressão de demanda.

Bastava então trabalhar corretamente, aplicar tecnologia, seguir a cartilha de produção e eficiência que o próprio desenvolvimento e a política do país cuidariam do mercado.

Hoje, com uma realidade totalmente diferente, a maior parte do empresariado rural brasileiro ainda busca resolver problemas somente com base na própria experiência. É comum se ouvir o famoso “eu fiz desta maneira e consegui chegar onde estou”. Observe que não está se fazendo alusão a empresários rurais que pararam no tempo e produzem como seus avós produziam. Estamos citando exemplos de sucesso, de empreendimentos que foram bem geridos e obtiveram êxito.

Então, quais problemas estes produtores podem ter para serem citados, uma vez que geriram bem os seus negócios?

O problema é a origem das crises que afetam as propriedades. Os conceitos de administração de custos e tecnologia ficaram, quando focados exclusivamente, obsoletos como forma de garantir o sucesso do empreendimento. Antes o produtor também passava por más fases. Porém, a solução ou a recuperação era mais rápida e mais duradoura. A rotina do produtor era apenas a fazenda, enquanto hoje o pós-porteira exerce influência no sucesso do negócio.

Participar e estar atento ao mercado consumidor envolve duas ações básicas. A primeira é participar de fato interagindo nestas questões, através de associações, cooperativas, sindicatos, indústrias, ou qualquer outra forma. A segunda maneira é se manter atento às tendências de mercado. Cabe, nesta ação, uma análise minuciosa da condição da empresa, seus pontos fortes e fracos e o ambiente em que está inserida.

A velocidade com que as informações e as mudanças nos atingem impossibilitam que o produtor tenha condições de reagir quando o problema aparece. A perda de eficiência e a dificuldade de superar crises são enormes. Portanto, o produtor deve se antecipar às possibilidades e tendências e se preparar tanto para o pior quanto para o melhor. Isso é planejamento.

Ganha-se enorme agilidade na empresa, que saberá que rumo tomar em cada um dos momentos quando eles surgirem.

Uma sensação que parece assolar os mais antigos empresários de sucesso é a de que sua experiência não conta muito no mundo de hoje. Tivemos a oportunidade de ouvir de empresários essa afirmação, exemplificando-a com algum fato e com o conseqüente desgosto desses profissionais que, durante anos, investiram e construíram sua vida com base na agropecuária.

Na verdade, a experiência é de extrema importância para a formulação do planejamento. Ninguém conhece mais o negócio e a empresa (fazenda) que o proprietário. A experiência continua valendo no mundo de hoje, o que mudou foi a forma de usá-la.

Antes usava-se a experiência para tomar decisões reativas, após a consolidação de um fato, hoje deve-se tomar decisões ativas, antecipando-se aos fatos e preparando a ação.

Antes a experiência era usada com base em fatos e consequências, o que garantia uma série de soluções para cada problema. Hoje deve-se avaliar fatos, causas, dados e consequências para se elaborar as decisões corretivas e eficazes.

Exemplificando, caso algum produtor tenha experiência ruim com a adoção de alguma técnica na propriedade, antes de concluir que a técnica não funciona, tente avaliar os acontecimentos durante o processo de aplicação desta técnica. Certamente, serão encontradas informações que permitam identificar a causa que ocasionou a falha no procedimento, fazendo com que o conhecimento seja cada vez mais enriquecido com base em fatos e dados.

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