O governo, ao invés de aumentar o índice de produtividade agrícola, deveria subsidiar a correção e a adubação do solo na recuperação e renovação das pastagens. Com os recursos despendidos em desapropriações, muito se poderia fazer na melhoria da capacidade produtiva do solo. Assentar mais gente no campo não constitui forma eficiente de proteger nosso maior patrimônio - o solo.
O governo, ao invés de aumentar o índice de produtividade agrícola, deveria subsidiar a correção e a adubação do solo na recuperação e renovação das pastagens.
Com os recursos despendidos em desapropriações, muito se poderia fazer na melhoria da capacidade produtiva do solo. Assentar mais gente no campo não constitui forma eficiente de proteger nosso maior patrimônio – o solo.
Esse aumento deveria ser reservado aos casos de necessidade de expansão da fronteira agrícola via colonização rural e, mesmo assim, atrelada ao cooperativismo.
Dever-se-ia abandonar de vez a desapropriação de terras, sob qualquer pretexto.
O ITR (Imposto Territorial Rural), que é o IPTU do campo, deveria estar incidindo na parte da área efetivamente utilizável para a produção rural de renda anual. Não se usariam mais o grau de utilização da terra e o índice de produtividade da mesma para o cálculo do imposto. Em seu lugar seria considerado o tipo da atividade, como no caso das áreas com reflorestamento, horticultura, fruticultura ou plantas extrativistas perenes (como a erva-mate e outras), que seriam isentas do imposto.
É imperativo diferenciar as áreas destinadas às culturas anuais, com imposto maior, daquelas destinadas à criação pecuária, com imposto menor.
Aumentar o índice de produtividade da pecuária de corte a pasto em 0,2 UA (unidades animais) por hectare (UA de 450 kg de peso corporal por hectare) resultaria em um acréscimo de 32 milhões de unidades animais, ou mais de 50 milhões de cabeças a partir da data do decreto. Isto é, se área de pastagem for realmente de 160 milhões de hectares.
O tamanho do rebanho brasileiro teria um acréscimo superior a 30% numa só tacada. Mas o número pode ser outro, pois dados de 2006 apontam a existência de 170 milhões de cabeças, porém não separa o rebanho de bovinos destinados à produção de carne do rebanho leiteiro.
Sem criticar tal medida, se realmente houver aumento dos índices de produtividade, teríamos que importar os animais para atender aos ditames da lei. Entretanto, antes disso, ter-se-ia de avaliar se as pastagens suportariam tal pressão de pastejo.
O aumento da produção de forragem depende da fertilização do solo e também dos tecidos de reservas remanescentes e necessários para a recomposição das plantas forrageiras.
Quando a carga animal causa um desbalanceamento na fisiologia vegetal, o que acontece quando o número de animais é superior à capacidade de suporte da área em uso, o resultado é o consumo total da forragem e se inicia então o processo de degradação do solo, com consequência imensurável e de difícil reversão.
Um sistema que tem sido muito utilizado na recomposição química do solo é o sistema misto lavoura/ pastagem, através produção de grão com o uso de adubação adequada.
A bovinocultura de corte brasileira espera que os índices de produtividades sejam extintos, para evitar o aumento de engorda no coxo e destruir o maior trunfo comercial brasileiro que é produzir proteína animal com qualidade natural a pasto.
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Quando a pessoa é um craque demonstra coerência e bom senso, algo que vem faltando muito a este nosso bom povo governado por desinformados(ou mau caráteres)> Parabéns Celso Gaudêncio por suas oportunas colocações.
Prezado Gaudencio
Parabenizo-o pela excelente contribuição.
Na minha propriedade necessito urgentemente realizar investimentos em corrção da acidês e dos nutrientes mais limitantes, fosforo e nitrogênio, e é claro, recuperar os níveis de matério orgânica do solo.
Já tentei várias vezes mas não consigo crédito, por um prazo compatível com este tipo de investimento que, precisa ser no mínimo de 5 anos, pois o retorno não é imediato, quer dizer no primeiro ano.
O dinheiro público aplicado em benefício dos que tem propriedades que necessitam reformar as pastagens trará retorno social muito mais elevado do que dar terra e recursos para quem, em muitos casos, não é do ramo.
Prezado Fido Fontana agradeço imensamente pela missiva, o momento é de aliança entre os produtores de corte, para prosseguir na jornada cada vez mais difícil. O momento é de se impor tecnicamente.
Prezado Augusto Baier é lamentável, não dispormos linhas de crédito compatível com o retorno econômico da pecuária de corte, para construir a fertilidade do solo.
São vários caminhos para seguir, cada caso é um caso.
Temos adotado dois métodos, mas o solo não apresenta acidez nociva, então é mais fácil. Uma pequena área cada ano o pasto é renovado usando adubação com fósforo incorporado e implantando uma nova espécie de pasto. No segundo método adubamos superficialmente o solo com fósforo e potássio uma pequena área a cada ano.
Na propriedade de clima frio e solo acido, fazemos a recria em pasto nativo com baixa pressão de pastejo e a terminação em área que arrendamos para cultura de verão, com aveia e azévem, onde a terminação é feita em julho, com suplementação alimentar, inclusive ensilagem de milho. No restante do inverno as gramíneas de inverno são pastejada pelas categorias mais jovens. Assim é feito, pois as necessidades de calcário e adubos são enormes e não há recursos para isso,