O presidente da entidade, Lino Rodrigues Filho, explicou as razões do crescimento. Segundo ele, além do ótimo trabalho das centrais, que souberam se preparar, os resultados dos últimos 2 anos (de 2009 para 2010 o crescimento já havia sido de 18,01%) são reflexo da boa remuneração do produtor de leite e de carne. "A diferença é que agora o produtor está sendo remunerado fruto do aumento da demanda, e isso resulta em investimentos na atividade".
A ASBIA – Associação Brasileira de Inseminação Artificial – tem motivos de sobra para comemorar. Em 2011, as vendas de sêmen cresceram 23,55% – 19,16% para o leite e 26,81% para o corte. Em coletiva de imprensa realizada mais cedo do que nos anos anteriores, fruto dos esforços da entidade de apressar o processamento das informações dos associados, a ASBIA divulgou o seu Index ASBIA, que reúne as vendas de cerca de 18 empresas que representam em torno de 90% do mercado total
Na ocasião, o presidente da entidade, Lino Rodrigues Filho, explicou as razões do crescimento. Segundo ele, além do ótimo trabalho das centrais, que souberam se preparar, os resultados dos últimos 2 anos (de 2009 para 2010 o crescimento já havia sido de 18,01%) são reflexo da boa remuneração do produtor de leite e de carne. “A diferença é que agora o produtor está sendo remunerado fruto do aumento da demanda, e isso resulta em investimentos na atividade”, explica.
Outro aspecto que contribuiu para o resultado é o vertiginoso crescimento da técnica de IATF (Inseminação Artificial a Tempo Fixo). Segundo Lino, a adoção desta técnica cresceu 65 vezes de 2002 para 2011, principalmente em rebanhos de corte. “Só é comparável à taxa de adoção do iPad”.
Com base nesse cenário e estimando-se que pouco mais de 10% das fêmeas em idade adulta sejam inseminadas, a entidade projeta crescimento para 20 milhões de doses anuais até 2015, contra 11,9 milhões de doses vendidas em 2011 (das quais entre 600 e 800 mil devem ter sido de sêmen sexado, embora não haja estatísticas para esse dado). O risco, segundo ele, é a qualificação de pessoal não acompanhar esta demanda crescente. “É preciso investir na formação dos técnicos, do inseminador e do produtor, que precisa de boa gestão para usar corretamente a técnica”, alerta.
Nem tudo são flores. Apesar do forte crescimento, os preços médios não acompanharam a inflação. “Vivemos uma situação contraditória, porque apesar da demanda crescente os preços da dose não se sustentaram nesses anos, o que vai contra a lógica de um mercado em forte expansão”, explica. “O setor se remunera mal”, conclui, criticando também as licitações que forçam os preços para baixo, normalmente diminuindo também a qualidade do material comercializado. Lino lembra que o montante movimento dentro da porteira é muito alto: cerca de R$ 55 bilhões para o corte e R$ 40 bilhões para o leite.
Outro desafio importante é a valorização dos serviços ao produtor, que deixa a desejar. “O mercado é muito comoditizado, focado em preço”, lembra Nelson Eduardo Ziehlsdorff, diretor presidente da Semex Brasil. “Precisamos desenvolver a cultura de serviços oferecidos ao produtor, como ocorre em outros países”, explica.
Entre as mudanças que estão permitindo essa forte expansão está a consolidação do cruzamento industrial na pecuária de corte. Lino observa que os frigoríficos estão tendo papel importante nessa questão ao compreender a relevância do cruzamento industrial para a melhoria da eficiência da cadeia – inclusive ambiental – e da qualidade da carne ofertada. Também, acredita que esteja havendo uma mudança de patamar, com produtores mais adeptos a tecnologia se sobressaindo, talvez representando uma nova geração assumindo.
Fonte: MilkPoint, adaptada pela Equipe BeefPoint.