Por Luciano Eduardo Polaquini1 e Rubén Roberto Velazco Gutiérrez2
Um bom gestor de propriedade rural identifica os aspectos ineficientes da atividade ao mesmo tempo que proporciona condições de resolvê-los. Além dos processos de produção e do sistema de gerenciamento, o empresário rural precisa estar familiarizado com o desenvolvimento tecnológico, com os recentes lançamentos de insumos e sistemas de produção mais eficazes.
É indispensável, antes de iniciar-se a produção, estabelecer uma estratégia de comercialização, conhecer mercados, canais de distribuição, tendências futuras e como o produto e a produção poderão encaixar-se em uma nova situação.
Reconhece-se que não é fácil preencher todos esses requisitos, e possuir um pensamento claro, aliado à capacidade de agir com rapidez quando essas situações aparecem; essas características fazem a diferença e indicam o caminho dos produtores sucedidos.
O processo de gestão em propriedades rurais vem ganhando espaço maior na mídia, em revistas e artigos científicos, o que demonstra a importância desta ferramenta no processo de produção e comercialização de produtos agropecuários, independentemente do tipo, tamanho e intensificação de exploração que se dedica.
Entretanto a falta de política agrícola definida para o setor, a crise econômica, a falta de recursos provenientes do crédito rural, e os seguidos problemas climáticos, acabaram provocando a descapitalização do setor rural, o que forçou os produtores a buscarem a eficiência nos sistemas produtivos. Posteriormente, passaram a vislumbrar possibilidades de ganhos otimizando os recursos existentes em suas propriedades, através de um sistema de gestão.
Em contrapartida, as agroindústrias foram capazes de se ajustar rapidamente às transformações provenientes do processo de globalização, estabelecendo estratégias, implementando programas de qualidade adaptando-se às exigências dos consumidores e dos mercados.
Essas mudanças alteraram o cenário da propriedade rural. Passando a ser importante e necessário antecipar fatos e tendências, para que as decisões tomadas no presente permitissem alcançar os resultados no futuro.
Pelos fatos mencionados, a gestão da produção agropecuária é diferenciada e particularmente mais difícil que nos demais setores da economia. O equilíbrio entre a oferta e a demanda da produção, numa situação de queda de preços, não é retomado por uma decisão gerencial. Há necessidade de planejamento da produção com meses ou até anos de antecedência em relação a entrega do produto, e, nessas condições o mercado pode se modificar, diminuindo a precisão entre os objetivos traçados e a produção a ser atingida.
Em resumo, a preocupação com a produção, produtividade, persistência, constância é necessária, mas o setor rural deverá estar atento as necessidades do consumidor. Para isso é importante saber: o que, quando e como produzir, e por quanto e para quem vender.
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1Luciano Eduardo Polaquini, Prof. MSc. Universidade São Marcos (Curso de Zootecnia) e Consultor de Planejamento e Gestão Pecuária
2Rubén Roberto Velazco Gutiérrez, Prof. Dr. Universidade São Marcos (Curso de Zootecnia)