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Assocon aposta em redução no confinamento em 2010

Confinadores de bovinos, que tiveram de colocar o pé no freio este ano por conta da crise, avaliam que a concentração no setor de carne dificultará ainda mais a vida dos pecuaristas. De acordo com Ricardo Merola, presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), a expectativa é de nova queda nos confinamentos em 2010, ele estima uma queda de 20%, para 2,3 milhões de cabeças.

Confinadores de bovinos, que tiveram de colocar o pé no freio este ano por conta da crise, avaliam que a concentração no setor de carne dificultará ainda mais a vida dos pecuaristas. A saída de vários frigoríficos do mercado e as operações de fusão e aquisição no setor reduziram as opções dos pecuaristas na hora de vender o gado.

De acordo com Ricardo Merola, presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), em algumas regiões há a opção de vender para apenas um frigorífico. É o caso de Campo Grande (MS), onde Bertin e JBS S.A., que se uniram em setembro. “Você vende para a JBS ou não vende”, disse. Em Rondônia, a situação é semelhante, segundo o dirigente.

Diante desse quadro, a Assocon defende que a análise sobre a concentração em relação a Bertin e JBS, que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) realiza, seja feita regionalmente. Atualmente, a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) faz um levantamento sobre a concentração que as recentes operações geraram. Além da união JBS e Bertin, a Marfrig também arrendou várias unidades que pertenciam ao Margen e ao Mercosul.

Além da maior concentração, a expectativa é de nova queda nos confinamentos em 2010, de acordo com o presidente da Assocon. A entidade reúne 47 confinadores no país. Neste ano, segundo Merola, o número de animais confinados pelos associados da Assocon ficou em 374 mil bois, quase 25% menos que os 498 mil de 2008. Para o confinamento em todo o país, a Assocon estima uma queda de 20%, para 2,3 milhões de cabeças.

Merola disse que as margens negativas no segmento levaram muitos confinadores a fazerem apenas um turno de produção. “O criador abortou o segundo turno quando viu que estava perdendo dinheiro”. Ele afirmou que houve disputa por boi magro e os preços acabaram superando os do boi gordo.

O recuo no confinamento este ano também decorreu da saída de fundos de investimentos do negócio por causa da crise, disse Merola. Eles atuavam em parcerias com criadores e saíram devido às restrições de crédito. Frigoríficos também foram mais cautelosos..

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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