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Assocon: número de animais confinados não cresce

Diante da atual conjuntura, a expectativa do setor é que o confinamento de bovinos não vai crescer este ano - e pode até ter pequeno recuo -, sendo que os principais motivos que influenciam esta previsão são a falta de boi magro e a alta dos custos da ração no país.

Diante da atual conjuntura, a expectativa do setor é que o confinamento de bovinos não vai crescer este ano – e pode até ter pequeno recuo -, sendo que os principais motivos que influenciam esta previsão são a falta de boi magro e a alta dos custos da ração no país.

No início do ano, a Assocon, previa um aumento de 20% no número de animais terminados nos estabelecimentos de seus associados. Agora, na previsão mais otimista, o número deve crescer 6%, de acordo com Juan Lebrón, diretor operacional da Associação. Na estimativa mais realista, fica estável ou cai um pouco.

Como o restante dos confinamentos do país – aqueles que são associados da Assocon – enfrentam as mesmas dificuldades, as análises podem ser extrapoladas para todo o Brasil. Assim, a previsão da Assocon é de que o número total de animais confinados no território nacional, estimado em 3 milhões de cabeças no ano passado, também fique estável ou recue um pouco. “Durante o ano, as maiores dificuldades foram comprar boi magro e o aumento dos insumos”, disse Ricardo Merola, presidente da associação, que promove em Goiânia a Conferência Internacional de Confinadores.

Para Fábio Dias, diretor-executivo da associação, esse cenário de escassez vai perdurar até 2011 – e os frigoríficos vão continuar a trabalhar com capacidade ociosa.

Os preços do boi magro já perderam um pouco de força, depois de terem chegado a R$ 105 a arroba em alguns casos nos meses de maio e junho, mas o ágio em relação ao boi gordo ainda está na casa dos 10% a 15%, segundo Merola. A boa notícia, diz, é que a oferta de gado magro voltou a aparecer.

Ainda é difícil fazer previsões para 2009, mas Merola afirma que a tendência é que o confinamento de animais siga crescendo no país. “Confinar bois é um caminho natural para um país que se tornou potência agrícola”, diz Fábio Dias.

Merola comenta que a crise financeira pode afetar o setor, se “a quebradeira for muito longa, irá contaminar países em desenvolvimento”, hoje importantes clientes da carne bovina brasileira. Ele alerta que se isso acontecer, “o Brasil terá que se esforçar para reconquistar a Europa porque os emergentes vão cair”. No pior dos cenários, em que a Europa permanece restritiva, “o que salvará é o mercado interno”, acrescenta.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, foi publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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