Nesta semana não obeservamos grandes mudanças em relação ao cenário observado na semana passada. Apesar da oferta de animais para o abate continuar restrita nas principais regiões pecuárias do país, o atacado seguiu enfraquecido pela redução no consumo - já esperada devido ao período de final de mês - tirando a sustentação dos preços da arroba e forçando os compradores a tentarem negociar preços mais baixos.
Nesta semana não obeservamos grandes mudanças em relação ao cenário observado na semana passada. Apesar da oferta de animais para o abate continuar restrita nas principais regiões pecuárias do país, o atacado seguiu enfraquecido pela redução no consumo – já esperada devido ao período de final de mês – tirando a sustentação dos preços da arroba e forçando os compradores a tentarem negociar preços mais baixos.
O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 104,68/@, com desvalorização de 1,57% na semana. O indicador a prazo registrou variação negativa de 1,19% no período analisado (24/03 a 31/03), sendo cotado a R$ 106,24/@ na última quinta-feira.
Tabela 1. Principais indicadores
O mercado continuou pressionando por parte da indústria que tenta impor novas retrações no preço da arroba e em São Paulo a oferta dos compradores girou em torno dos R$ 100,00, mas poucos negócios foram realizados nestes patamares. A oferta segue restrita e os frigoríficos ainda encontram dificuldade para montar suas programações de abate, que no geral continuam curtas.
O que observamos é que os frigoríficos que tem um escala um pouco mais “confortável” reduziram os preços de balcão na tentativa com compra animais mais baratos. Já os trabalharam com uma programação mais apertada, precisam oferta um pouco mais pela arroba para conseguir adquirir matéria-prima.
Os compradores comentam que está difícil fechar a conta, já que os preços da carne no atacado recuaram e estão com dificuldade para escoar sua produção.
Acredito que os próximos dias seram decisivos para para definir os rumos do preço da arroba, já que estamos no início do mês de abril e após os pagamentos dos salários teremos uma noção melhor se essa redução nos preços da carne será apenas pontual ou irá se consolidar. Alguns agentes do mercado também comentam que nesse mês poderemos ter uma definição melhor de como está a oferta de boi gordo, ou seja, se um volume maior de animais tiver que aparecer nesse início de 2011, o momento deve ser agora.
Como está o mercado do boi gordo na sua região? O que você está esperando para os próximos meses em relação à oferta de animais confinados? Nos envie suas opiniões através do espaço para cartas do leitor abaixo.
No atacado paulista, o equivalente físico foi calculado em R$ 95,15/@, com desvalorização de 0,75% na semana. Mesmo com o mercado de carne mais fraco, a redução nos valores da arroba do boi gordo, proporcionaram uma diminuição no valor do spread (diferença) entre indicador e equivalente, que foi calculado em R$ 9,54/@. Apesar desta retração este valor ainda está bastante acima da média dos últimos 12 meses, que é de R$ 5,22/@.
Tabela 2. Atacado da carne bovina
A maioria dos contratos de boi gordo negociados na BM&F/Bovespa recuaram nesta semana, com o vencimento abril/11 fechando o último pregão a R$ 102,12/@ (-R$ 0,20 na semana). Os contratos que vencem em outubro/11 fecharam a R$ 104,31/@ na última quinta-feira, acumulando leve valorização de R$ 0,05. Este valor – pico da entressafra – ainda está abaixo dos valores negociados no momento, o que não tem estimulado muitos pecuaristas a realizar operações de hedge neste momento.
Gráfico 1. Contratos futuros de boi gordo na BM&F/Bovespa em 24/03 e 31/03
Nos últimos dias, o mercado de reposição voltou a se aquecer com valorização nas cotações de todas as categorias de animais magros. Ontem estive em Campo Grande/MS e alguns pecuaristas comentaram que os leilões na região já estam mais movimentados, e nesta semana lotes de animais desmamados de qualidade mediana foram negociados na região a R$ 4,00/kg, que corresponde a R$ 720,00/cabeça.
Um criador comentou que só irá vendeu seus bezerros se tiver uma oferta de R$ 5,00, caso contrário irá recriá-los por conta própria. “Animais de qualidade precisam ser valorizados e as minhas expectativas são boas para este ano”, completou.
Um fato interessante é que a maioria dos produtores com quem conversei neste evento só falava em preço do quilo do bezerro. Acho isso interessante e acredito que é um modelo de comercialização que deve ser multiplicado e adotado em outras regiões, pois ajuda a valorizar os produtos com qualidade superior.
O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 763,22/cabeça na última quinta-feira, acumulando variação negativa de 1,12%. A relação de troca está em 1:2,26.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista
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Mais um comentário:
Os animais de recria estão valorizados porque é notório,salvo alguma hecatombe,que as exportações devem voltar a partir do segundo semestre.
E que,olhando ainda mais para frente,e se ligando nas informações que vêm do mundo,que a demanda por alimentos é crescente,sobre tudo a demanda por proteínas.
Mas o grandioso problema é a bolha especulativa.Existe um grandioso plantel de bois,aves e suínos de PAPEL mundo a fora.
Na proximidade da entressafra,sempre aumentam as ofertas de bois terminados,mas também os confinamentos estão ai.
Saudações,
EVÁNDRO D. SÀMTOS.