

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou, nesta segunda-feira (3/11), que o Japão fará uma auditoria em plantas frigoríficas brasileiras ainda em novembro para possível abertura de mercado para a carne bovina. Ele repetiu que mantém a expectativa de que um acordo para as exportações seja firmado ainda em 2025. Fontes do setor dizem, porém, que a missão ainda não está marcada e que o aval ficará para 2026.
“É um mercado que há mais de 20 anos o Brasil pleiteia. Tinham algumas barreiras sanitárias que foram superadas, como por exemplo o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) com o Brasil livre de febre aftosa sem vacinação. Agora já vieram fazer uma inspeção no mês de junho e agora então eles vêm fazer auditoria no mês de novembro. Com essa auditoria final nas plantas frigoríficas acho que o protocolo fica pronto e devemos ter o anúncio, se Deus quiser, ainda esse ano”, afirmou Fávaro a jornalistas após a abertura da Conferência dos Ministros da Agricultura das Américas, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Fontes do setor, no entanto, afirmam que a abertura vai demorar um pouco. A auditoria in loco dos japoneses ainda não está marcada, disse uma pessoa a par do assunto. A sinalização de Tóquio é que a visita ocorrerá em abril de 2026.
A abertura de mercado, se ocorrer, será para Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, os primeiros Estados a terem o status oficial de livre de febre aftosa sem vacinação. Acre e Rondônia entrariam em uma segunda leva. E só depois a negociação vai evoluir para os outros 21 Estados e o Distrito Federal.
Também não há previsão de auditoria em plantas frigoríficas. A visita dos japoneses é para verificação de análise de risco no sistema sanitário brasileiro. Em junho, uma comitiva de “experts” do país asiático já esteve no Brasil para auditar pontos de fiscalização nas fronteiras, laboratórios federais e linhas de inspeção. A nova missão será para validar os apontamentos feitos inicialmente.
O Ministério da Agricultura pediu para que a nova auditoria in loco fosse entre o fim de outubro e o início de novembro, mas ainda não recebeu resposta dos japoneses.
Essa será a sexta de doze etapas necessárias para atualização do protocolo sanitário entre Brasil e Japão para viabilizar as exportações. Durante muitos anos, as negociações ficaram estacionadas na etapa 3. Neste ano, com a primeira auditoria in loco e a previsão de uma segunda visita, as conversas pularam para a etapa 6. Depois, disse uma fonte, são apenas trocas de documentos e assinaturas, procedimentos considerados mais simples. Por isso, o país mantém a expectativa de abertura em breve.
Fonte: Globo Rural.