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Aumentam vendas de carne bovina nos EUA apesar da EEB

Os atacadistas norte-americanos compraram o terceiro maior volume de carne bovina no período de uma semana desde 1990, à medida que a demanda dos consumidores por carne bovina dos Estados Unidos permanece forte, três semanas depois de ter sido registrado um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), ou doença da “vaca louca”, em uma vaca leiteira em Washington.

Os atacadistas de carne bovina compraram 9,84 milhões de quilos do produto, destinados a varejistas e operadores de food service, de acordo com a Associação Nacional dos Produtores de Carne Bovina dos EUA (National Cattlemen’s Beef Association – NCBA).

A NCBA disse na terça-feira que essas compras foram 42,6% maiores que as ocorridas durante a semana que terminou em 31 de outubro de 2003, considerada uma boa semana, disse a porta-voz, Michelle Peterson.

“Esperamos ver uma grande demanda durante o final do mês, até fevereiro, particularmente com o Dia dos Namorados e com o evento do Super Bowl (campeonato de futebol americano). A demanda deverá permanecer alta, com a carne bovina com preços bons”, disse ela.

Várias forças econômicas contribuíram para isto, principalmente o declínio de 19% nos preços da carne bovina no atacado desde a descoberta de um único caso de EEB nos EUA, em uma vaca nascida no Canadá.

“Os preços finalmente caíram suficientemente para atrair compradores para varejistas e operadores de food service“, disse o diretor de pesquisa da Cattle-Fax, uma firma de análise de mercado pecuário e pesquisa, localizada em Denver, David Weaber. “Os varejistas viram uma pequena resposta negativa de toda a situação. Eles estão confiantes em comprar o produto e vendê-lo”.

O cenário permanece, no entanto, muito mais sombrio no que se refere às exportações para a indústria de carne bovina dos EUA. Quarenta e três nações demonstraram preocupações com relação à segurança da carne bovina dos EUA e disseram que não aceitarão importações dessas carnes até que estejam satisfeitas com os resultados das investigações do caso e com as mudanças no programa de testes dos EUA para a EEB. Essas nações incluem Japão, México e Coréia, as principais parceiras comerciais dos EUA no mercado de carne bovina.

As exportações de carne bovina dos EUA movimentam US$ 3,5 bilhões anualmente, 10% da produção, e grande parte dessas exportações se refere às chamadas “variedades de carnes”, que incluem cortes de carnes não-convencionais, como língua, fígado e órgãos internos, que são processados, como a dobradinha, oriunda do estômago dos animais, usada em sopas em outros países.

Mercado interno

O cenário doméstico é bom, particularmente para os consumidores que nos últimos dias viram os preços declinarem cerca de 15%, disse Peterson.

O proprietário do Bryan’s Meat-Fish-Poultry, localizado em Laurel Heights, Peter Flannery, disse que os preços que paga aos atacadistas caíram 11% nos últimos dias, e que isso levou ao declínio dos preços no varejo. O declínio dos preços depois do primeiro dia do ano nos EUA é comum na indústria de carne bovina devido ao fim dos feriados. No entanto, os preços não deverão subir tão cedo no país.

O aumento das compras no atacado, disse Flannery, é também provavelmente um reflexo da redução dos estoques após grandes compras nos feriados e do fato de os varejistas terem de refazer seus estoques.

Flannery disse que não tem visto nenhuma queda na demanda por carne bovina, apesar de ter sido questionado algumas vezes sobre a origem da carne. Ele acredita que as fronteiras externas não se abrirão para os EUA, e que o medo da EEB não será resolvido, até o meio do ano.

No ano passado, os EUA tiveram preços recordes da carne bovina, resultado de uma seca que acometeu o meio-oeste, que reduziu a oferta de bovinos; de um caso de EEB no Canadá que estimulou os EUA a proibirem carne bovina canadense, reduzindo o mercado; e da imensa popularidade da dieta de alto teor protéico do Dr. Atkins, pela qual milhões de pessoas se tornaram consumidoras de carne bovina, segundo Flannery.

A confiança dos consumidores dos EUA também foi demonstrada na indústria de fast food. Segundo a porta-voz do McDonald’s, Lisa Howard, a rede de lanchonetes não viu nenhum impacto nas vendas. “Não houve redução na compra de sanduíches de carne bovina”.

Fonte: Sfgate.com (por George Raine), adaptado por Equipe BeefPoint

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