Análise Semanal – 02/02/2005
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Aumento do consumo mundial favorece Brasil e Argentina

De acordo com as projeções do OECD (Organização para cooperação e desenvolvimento econômico) e do FAPRI (Instituto de pesquisa de alimentos e política agrícola), divulgadas por um documento da UE em dezembro de 2004 a produção de carne no mundo tem previsões de aumentar fortemente até 2011. O OECD e o FAPRI antecipam um crescimento médio anual que varia entre 0.6 % para a zona do OECD (30 países membros, onde o Brasil não está incluso) e 1.6 % para o resto do mundo.

Quando se considera os países que não pertencem a OECD, todas as projeções mostram um aumento constante na produção de carne no Brasil (3.2 % nos próximos anos), na Argentina (3 % na média anual) e na China (2.8% por ano). Em relação à Rússia, as projeções são conflitantes, enquanto o OECD projeta um crescimento de 10% ao ano a FAPRI prevê uma diminuição de 6,6%.

Espera se que o consumo de carne global cresça por volta de 1.6 % ao ano na média das projeções da FAPRI, com relação ao crescimento da renda em economias emergentes. Espera-se que o consumo nos países desenvolvidos continue estável ou até mesmo decline, desde que a tendência de substituição da carne bovina por ave e porco continue.


Após uma queda de consumo nos anos 90, devido a crises econômicas, é provável que a demanda por carne aumente nos paises asiáticos (China, Índia, Indonésia, Japão e Tailândia) e em alguns paises da América Latina (Brasil, Argentina e México). Na Ásia, o consumo da carne deve aumentar gradualmente em resposta ao crescimento da população, desenvolvimento econômico e uma maior renda que devem conduzir a mudanças de hábitos alimentares para um estilo mais ocidental.

A OECD não espera que o crescimento na demanda da carne na China gere um crescimento significativo da importação. Prevêem que a maioria de consumo adicional da carne esta ligada a uma maior produção doméstica. Ao contrário, o FAPRI antecipa um aumento nas importações líquidas da carne de China para 2011 (223.000 ton). Além disso, o consumo adicional da carne criará novos mercados para exportadores, enquanto muitos paises asiáticos não conseguem aumentar sua produção.


O FAPRI prevê que o mercado de carne aumentará em 1 milhões de toneladas (26 %) até 2011. Espera-se que o crescimento das importações venha da Ásia, do Egito e da Rússia. As importações de carne na Ásia (Japão, Coréia do Sul, Formosa e nas Filipinas) continuarão crescendo. As importações da carne no Japão aumentarão à médio prazo com a recuperação do consumo. As projeções da OECD mostram que a falta da eficiência do setor produtivo russo não permitiriam uma resposta ao consumo doméstico crescente, gerando assim importações. A FAPRI prevê que o aumento gradual nas importações de carne na Rússia estaria ligado à recuperação do consumo de carne e ao declínio da produção.

De acordo com os dados, com o aumento mundial da demanda por carne quem sairá beneficiado será o Brasil e a Argentina pela grande capacidade produtiva e a Austrália e Nova Zelândia manteriam ou perderiam mercado.

Se as exportações permanecerem crescentes e a tendência de substituição da carne bovina por outros tipos de carne se reverter, espera-se que os preços e a quantidade do consumo mundial aumente.

Fonte: Prospects for agricultural markets and income 2004 – 2011 for UE-25, adaptado por Equipe BeefPoint

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