Austrália acompanha com atenção o crescimento das exportações brasileiras de carne bovina

A indústria de carnes da Austrália está de olho no crescimento das exportações brasileiras de carne bovina, uma vez que o País é um potencial competidor neste setor, segundo anunciado pelo Meat & Livestock Australia Ltd. (MLA).

O gerente geral de planejamento econômico e serviços de mercado da MLA, Peter Barnard, disse que não acredita que o Brasil se tornará uma grande ameaça às exportações de carne bovina australianas até que consiga se tornar um país livre de febre aftosa, pelo menos em algumas regiões. O Brasil espera que isso ocorra dentro de 12 meses. No entanto, Barnard acha que a eliminação desta doença, que restringe as exportações a alguns dos principais mercados do mundo, é um “desafio substancial”. “No entanto, eles têm obtido um enorme progresso neste sentido, particularmente nos estados do sul. Eu tenho certeza que eles vão chegar lá. O Brasil é um País grande, com uma agricultura rica e, com certeza, será um competidor para a indústria de carne bovina da Austrália” disse Barnard.

Barnard comentou os dados recentemente divulgados sobre o Brasil, que mostraram que as exportações brasileiras de carne bovina quase dobraram em 2001, atingindo o volume de 370 mil toneladas exportadas. Em 1995, as exportações de carne bovina foram de apenas 40 mil toneladas.

A Austrália é o maior exportador mundial de carne bovina, com grandes mercados que incluem a América do Norte e o Sudeste da Ásia. As exportações australianas de carne bovina aumentaram 5% em 2001, atingindo o volume recorde de 946,60 mil toneladas. Em 2000, esse volume foi de 901,55 mil toneladas.

Barnard disse que o Brasil exporta carne bovina para países que não são os principais mercados das carnes australianas. Neles incluem-se os países vizinhos na América do Sul, além de Israel, nações da Europa, Irã e Arábia Saudita.

Em uma nota divulgada na sexta-feira passada, Barnard disse que os exportadores brasileiros de carne bovina estão querendo exportar carne para os Estados Unidos, onde os importadores estão querendo comprar este produto, mais barato que a carne australiana. No entanto, o Brasil não pode exportar carne aos EUA enquanto não obtiver o status de livre de febre aftosa.

Fonte: Dow Jones Newswires (por Ray Brindal), adaptado por Equipe BeefPoint