As exportações australianas de carne bovina podem crescer apenas um terço do que se esperava no início do ano, pois estão sendo afetadas pela recuperação da demanda japonesa abaixo da expectativa e pela maior concorrência com a América do Sul, segundo informou a Meat and Livestock Australia.
As remessas do maior exportador mundial de carne bovina devem aumentar 1,4% neste ano, somando 960 mil toneladas. Em janeiro, o setor australiano previa crescimento de 4,1%. No ano encerrado em 30 de junho a carne bovina foi o segundo maior produto agropecuário de exportação na Austrália, com vendas de 3,9 bilhões de dólares australianos (US$ 2,1 bilhões).
As vendas internacionais foram afetadas pela queda na oferta de gado de engorda, depois de a seca provocada pelo fenômeno El Niño ter ressecado pastagens no leste da Austrália.
“Projeta-se, agora, que o menor crescimento na oferta, a queda mais acentuada do que se esperava nas vendas para o Japão e o impacto da concorrência de outras regiões impeçam qualquer alta significativa nas exportações de carne bovina e na carne de bezerros em 2002”, segundo o relatório.
Vaca louca
As exportações para o Japão, maior mercado de carne bovina da Austrália em 2001, devem cair 20%, para 255 mil toneladas neste ano, em razão dos casos de “vaca louca”.
As vendas menores para o Japão, a seca nos pastos australianos, as disputas sobre cotas de exportação para os Estados Unidos e a valorização de 7% da moeda australiana sobre o dólar influenciaram na queda dos preços do gado, que recuaram 33% desde 1º de janeiro.
Os embarques para os Estados Unidos, maior mercado mundial, devem manter-se em 395 mil toneladas, pouco acima da cota anual de 378.214 toneladas. A remessas que superam essa cota recebem impostos de importação.
As vendas para as Filipinas, Hong Kong e Leste Europeu deverão cair por causa do aumento da concorrência da Europa e América do Sul. A Austrália perdeu participação na China, Taiwan, Hong Kong, Sul da Ásia e Oriente Médio em função da maior concorrência Argentina, com peso desvalorizado.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Jason Galé), adaptado por Equipe BeefPoint