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Austrália: cresce oferta de carne bovina produzida a pasto

Por Howard Smith, do Cattle Council of Austrália, do Comitê de Gestão do PCAS

O rápido crescimento nas marcas de carne bovina de animais criados a pasto nas prateleiras dos supermercados e açougues australianos é uma excelente notícia para os pecuaristas da Austrália. Essa é uma prova do faro de que os produtores do país têm algo único para oferecer aos consumidores domésticos e mundiais; e o aumento nas vendas e surgimento de produtos de animais criados a pasto em boutiques de carne falam por si mesmos.

À medida que os produtores podem criar um animal a pasto de alta qualidade, a indústria ouve os consumidores australianos para saber o que querem de sua carne produzida a pasto – um produto limpo, seguro, saudável, produzido ao ar livre, obtido de fazendas “grassroots” (com raízes no pasto).

O resultado disso foi o Sistema de Garantia de Bovinos Criados a Pasto (Pasturefed Cattle Assurance System – PCAS), um sistema de certificação de carne produzida a pasto direcionada e pertencente a produtores, desenvolvido e lançado em 2013. O programa foi desenvolvido através de um rigoroso e exaustivo processo de seis anos.

PCAS Logo

Grasslands-1

Isso significa que os produtores australianos podem dizer a seus clientes: “esse produto tem integridade, esse produto tem rigor”. Se ele tiver o logotipo do PCAS – que é no estilo do logotipo “Intel Inside”, por exemplo , os consumidores podem confiar nesse produto.

Nesse contexto, Teys Australia e Woolworths abocanharam essa tendência e começaram a comercializar a marca de carne bovina de animais criados a pasto, “Gresslands”, que os consumidores poderiam confiar completamente à medida que é certificada pelo PCAS. Eles adotaram os valores do PCAS e a integridade do sistema – assim como fizeram seus clientes. Os produtores com operações “do pasto ao prato” também aumentaram o uso da marca, como o LuvMeats em Queensland, e Wakefield Grange Farmgate Meats, em South Australia.

Eles não estão sozinhos, com uma gama de outros produtos aparecendo nas prateleiras de acordo com essa tendência. No entanto, o fato de ser dito que é “criado a pasto” não significa necessariamente que o produto tem as mesmas credenciais do produto certificado como PCAS. Somente a carne cuja embalagem traz a marca PCAS é certificado como produzida a pasto, apoiada pela verificação independente anualmente.

A marca PCAS na embalagem da carne bovina diz respeito à confiança dos consumidores de que a rotulagem da carne é exatamente isso. A carne bovina certificada pelo PCAS – produzida ao ar livre e a pasto – é exatamente como descrita. Todos os produtores credenciados pelo PCAS estão sujeitos a um processo anual de auditoria para garantir que o que está no rótulo reflete a realidade na fazenda.

Como foram os produtores que desenvolveram o sistema e estão sujeitos a auditorias por terceiros – há uma crença no PCAS. Sabe-se que esse sistema está de acordo com o que os australianos querem em sua experiência de consumo de carne e sabe-se que o sistema trabalha na distribuição de um produto genuíno, do pasto ao prato.

Porém, como todos os bons sistemas, ele é adaptável e pode se desenvolver. Ele não necessariamente precisa parar aí – pode ser desenvolvido como necessário em resposta à evolução da demanda dos consumidores australianos e internacionais. Ecológico? Ético? Pode ser feito, mas leva tempo para construir um sistema que tenha um rigor apropriado por trás dele, de forma que podemos fornecer aos clientes um produto significativo com credenciais próprias. É uma plataforma que pode ser construída para fornecer garantias aos consumidores.

Como no final das contas, “criado a pasto” e “ao ar livre” não são instrumentos de marketing para os produtores credenciados pelo PCAS. Essas afirmações são o que buscamos fornecer para mostrar a nós mesmos e à comunidade de que estamos fazendo a coisa certa.

 Por Howard Smith, do Cattle Council of Austrália, do Comitê de Gestão do PCAS

Fonte: beefcentral.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. João Vitor Gutierrez Ajonas disse:

    Olá equipe BeefPoint,

    Primeiramente gostaria de parabenizá-los pelo excelente trabalho realizado durante anos sempre levando conhecimento ao pecuarista Brasileiro em geral. Seguidamente gostaria de introduzir-me e citar que sou estudante de Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa porem durante o ultimo ano venho realizando intercambio na Austrália pela Universidade de Queensland onde tenho acompanhado trabalhos sobre o desenvolvimento em praticas de manejo de pastagem pelo Professor Dr Max Shelton. Gostaria de citar também que a pecuária australiana tem se desenvolvido e muito e que a profissionalização do pecuarista em termos de conhecimento é fundamental. Entre algumas técnicas, a incrementação de pastagens com leguminosas como leucena, alfafa, butterfly pea, estilosantes e algumas outras vem trazendo destaque na a produção de carne (dairy production já é amplamente utilizada). Para finalizar, digo que todo esse projeto para introduzir nas gondolas de supermercados produtos com o selo de animais criados a pasto ainda esbarra no fator principal, que é a baixa produção de gramíneas nativas e introduzidas, seguramente limitado pela baixa fertilidade de solo e baixa taxas de precipitação.

    Mais uma vez, parabéns pelo artigo!