Fechamento 12:03 – 09/01/02
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11 de janeiro de 2002

Austrália: exportações de carne bovina em 2001 e previsões para 2002

As exportações de carnes da Austrália cresceram para níveis recordes em 2001. No entanto, o impacto do estabelecimento de cotas para as exportações aos EUA, assim como a diminuição da demanda pelo produto no Japão, devido ao aparecimento da doença da “vaca louca”, poderão limitar os ganhos em 2002, de acordo com a Meat & Livestock Australia Ltd. (MLA).

No entanto, o aumento da demanda do terceiro maior mercado do país, a Coréia do Sul, iniciado a partir da segunda metade de 2001, que provavelmente irá persistir em 2002, sugere maiores oportunidades de exportação para este mercado, segundo afirmou o gerente geral de planejamento e serviços de marketing da MLA, Peter Barnard, na última terça-feira.

Barnard fez estes comentários após a divulgação oficial dos dados de exportação do país, os quais mostram que as exportações de carne bovina da Austrália cresceram 5% em 2001, atingindo um volume de 946.604 toneladas embarcadas, em comparação com as 901.552 toneladas exportadas em 2000.

A Austrália permanece como o maior exportador de carne bovina, exportando quase dois terços do volume produzido no país, disse Barnard.

O valor obtido com as exportações de 2001 ainda não está disponível, mas provavelmente será maior que US$ 2,1 bilhões, devido ao aumento dos preços do produto em 2001 e consistente enfraquecimento da moeda local, segundo fontes oficiais. As exportações do último ano fiscal, encerrado em junho de 2001, foram avaliadas em cerca de US$ 2,11 bilhões.

O grande salto nas exportações do último ano ocorreu devido aos EUA, mercado para o qual foram embarcadas 395.333 toneladas, volume 13% acima das 350.446 toneladas de 2000.

Barnard espera que a demanda do mercado norte americano continue aquecida em 2002, devido a uma prevista queda da produção nos EUA.

O principal mercado para o produto australiano nos EUA é o setor de fast food, para fabricação de hamburgers. Segundo Barnard, este mercado parece não ter sido afetado pelo ataque terrorista de 11 de setembro. Parece que o aumento das viagens de carro tem fortalecido o consumo deste tipo de alimento, diz.

No entanto, segundo ele, o impacto da cota anual estabelecida pelos EUA para o produto australiano, poderá impedir o crescimento dos embarques para este mercado. A cota anual para importação do produto australiano foi fixada em 378.214 toneladas, como parte do acordo firmado na Organização Mundial do Comércio (OMC) para a agricultura.

Em 2001, a cota foi atingida no dia 4 de dezembro. O produto que chegou nos EUA após esta data ficou retido sob controle do governo americano, sem poder ser liberado até o início de 2002. Ainda não se sabe, segundo Barnard, qual o volume atual ainda retido pelos EUA. Este volume deverá ser descontado da cota deste ano.

As exportações para o Japão cresceram até setembro, mas depois decaíram com a confirmação de vários casos da doença da “vaca louca”.

As exportações australianas para o Japão caíram para 13.090 toneladas em dezembro, 37% abaixo do volume exportado em novembro, de 20.800 toneladas. Quando comparado ao volume exportado em setembro – 30.177, a queda é de 57%.

As exportações para o Japão caíram 2% em 2001, para 319.104 toneladas, em comparação com o alto volume exportado em 2000, de 325.706 toneladas.

Segundo Barnard, a fraca demanda japonesa é o maior problema a ser enfrentado pelos exportadores australianos em 2002.

No entanto, as previsões para as exportações para Coréia do Sul em 2002 são muito promissoras, mesmo com o declínio ocorrido em 2001, onde foram exportadas 56.779 toneladas, menos que o volume de 2000, de 73.348 toneladas. A demanda por parte da Coréia do Sul começou a se fortalecer na segunda metade de 2001, e deve permanecer forte, pois os estoques de produto importado acabaram e a demanda por parte dos consumidores está relativamente alta, disse Barnard.

As exportações de carne bovina para outros mercados também aumentaram em 2001 devido aos problemas com a doença da “vaca louca” e febre aftosa, em tradicionais fornecedores europeus do produto. No entanto, as exportações para outros mercados ainda permanecem em níveis baixos, com os maiores mercados para o produto australiano concentrados na região da Ásia e do Pacífico, acrescentou Barnard.

Fonte: The Age e Dow Jones Newswires (por Ray Brindal), adaptado por Equipe BeefPoint

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