O diretor executivo do frigorífico Teys Australia, Geoff Teys, disse que pelo novo Sistema de Garantia de Gado Alimentado a Pasto (Pasturefed Cattle Assurance System – PCAS) do Conselho Pecuário da Austrália oferecerá aos produtores 10 a 20 centavos de dólar australianos (9,22 a 18,45 centavos de dólar) acima do preço do Meat Standards Australia (MSA).
O frigorífico Teys Australia aceitará somente gado criado a pasto no sistema PCAS – sem hormônios promotores de crescimento e antibióticos -, que serão comercializados com o rótulo de “Certified Pasturefed”. Teys disse que está indicando aos produtores que oferecerá acima do preço MSA e, dependendo do mercado, na hora o premium poderia possivelmente ser maior do que o preço credenciado da União Europeia.
Ele disse que esperam abater os primeiros bovinos PCAS na primeira semana de agosto, considerando que haja inscrições suficientes de produtores no esquema até lá. Existem clientes de muitos mercados interessados em carne de gado criado a pasto e Teys afirma que pode oferecer um bom preço premium aos produtores.
Teys disse que eles não tiveram participação no estabelecimento dos padrões do PCAS e que estão envolvidos somente do ponto de vista do processador.
Os produtores Scott e Pip Hann, do norte de New South Wales, estão dispostos a implementar o PCAS em sua empresa de produção comercial de gado. De fato, Scott Hann classificou o PCAS como o desenvolvimento mais revolucionário na pecuária no momento. Ele disse que o PCAS traz a rastreabilidade ao negócio de carne bovina: “Eles gostam de vender uma história, é o que todos os grandes supermercados estão fazendo. Isso é o que toda a indústria de carne bovina precisava, uma marca premium de carne bovina de gado criado a pasto – não somente uma carne de marca”.
Os produtores de carne bovina podem escolher se tornarem credenciados pelo PCAS fazendo uma auto-auditoria online para determinar a qualificação e registrando sua propriedade, pagando uma taxa administrativa de A$ 200 (US$ 184,51). Eles também precisarão completar uma auditoria completa bem sucedida no local, que será conduzida anualmente por um terceiro, com um custo estimado entre A$ 400 e A$ 600 (US$ 369,03 e US$ 553,54) por auditoria.
Apoiando o PCAS estão padrões que governam requerimentos de nutrição e rastreabilidade do gado, bem como práticas de manejo pré-abate que influenciam a qualidade ao consumo. Os padrões também incluem dois módulos opcionais aos produtores que desejam criar gados livres de hormônios promotores de crescimento e antibióticos.
Os requerimentos dos padrões do PCAS significam que um gado qualificado:
– foi alimentado somente com pasto em toda sua vida;
– não foi confinado para propostas de alimentação intensiva para produção;
– é totalmente rastreável em toda sua vida através do Sistema Nacional de Identificação Animal; e
– tem garantia de comer bem, baseado no MSA e, se requerido, são livres de hormônios promotores de crescimento e antibióticos.
A reportagem é do StockandLand.com.au, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
Em 21/06/13 – 1 Dólar Australiano = US$ 0,92258
1,08366 Dólar Australiano = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
5 Comments
Vamos pensar em algo semelhante por aqui? Eu adoraria produzir e consumir carne assim.
É uma excelente ideia. Se quiséssemos hoje promover no RS e Brasil esta operação seria completamente possível.
Flávio Abel
Pecuarista – RS
Eis um ótimo exemplo para o Brasil, que possui condições climáticas melhores que a Austrália. Por aqui pensamos apenas em aumentar a produtividade a qualquer custo mesmo que o preço do grão esteja nas alturas.
Receber melhor por uma carne de qualidade diferenciada ( carne de boi à pasto possui melhor equilíbrio ômega 3 / ômega 6 ¨e CLA, que tornam a sua gordura boa para a saúde) pode ser melhor do que simplesmente aumentar a produtividade e vender carne barata.
Infelizmente, aqui no Brasil desperdiçamos este maravilhoso diferencial de mercado.
A industria incentiva a prática de confinamento, e os restaurantes tentam empurrar no consumidor a carne vinda de animais confinados como algo especial.
Especial mesmo é o boi produzido a pasto, com sua carne muito mais saborosa e saudável, da um banho quando comparada à carne vinda do boi de cocho.
Pena que o mundo já percebeu isto e nós ainda não.
Ricardo Viacava
Aqui na Agropecuária Hisaeda no MS criamos o Wagyu a pasto e vendemos nossa carne com preço bem acima + 30% . Só a pasto e organico .