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Austrália: JBS explica sobre marcas de carne para produtores

Campbell usou a marca com MSA Swift Premium de sua própria companhia, de animais criados a pasto, como exemplo. A Swift Premium é produzida a partir de novilhos ou novilhas criados a pasto, com 0-4 dentes, e 200-339 quilos de peso carcaça e procesada em diversas plantas da empresa no país.

O diretor de pecuária do JBS Austrália, Brett Campbell, palestrou sobre alguns programas de marcas bem sucedidos de sua companhia e quais oportunidades e ameaças podem existir para os produtores que pensam no lançamento de seus próprios programas de marca. Ele falou para um grupo de produtores de carne bovina de Far North Queensland que atualmente estão avaliando a possibilidade de criarem uma marca de carne bovina baseada no Meat Standards Australia (MSA).

Campbell comentou que houveram muitas mudanças nestes vinte anos em que ele esteve envolvido no processamento de embalagens “genéricas” para produtos identificados por marcas. Ele identificou algumas histórias de sucesso de marcas na Austrália, como a Cape Grim (promovendo sua origem a pasto e o ambiente selvagem do norte da Tasmânia), até a marca própria do JBS dentro do MSA, que os diferenciou dos competidores e claramente definiu uma “história” de marca.

Campbell usou a marca com MSA Swift Premium de sua própria companhia, de animais criados a pasto, como exemplo. A Swift Premium é produzida a partir de novilhos ou novilhas criados a pasto, com 0-4 dentes, e 200-339 quilos de peso carcaça e procesada em diversas plantas da empresa no país. A grande vantagem dessa estratégia de “várias origens, especificação comum” era evitar questões sazonais de oferta de uma região para outra – obviamente, uma consideração potencialmente grande para produtores de carne bovina em trópicos úmidos buscando construir seu programa de marca própria.

Campbell explicou também que a pontuação MSA é importante e depende da seleção das carcaças, que é o diferencial entre as demais marcas de carne com selo do MSA. “Até o grupo de pontuação 9 (classificação de 01 (melhor) a 18 (pior)), aproveitamos os quatro cortes principais de nosso gado MSA – filé de costela (cube roll), filé mignon (tenderloin), contrafilé (striploin) e alcatra (rump) – e liberar com menos de 21 dias de maturação, obtendo um produto três estrelas pelo MSA”.

“Porém, assim que passamos do grupo 9, o requerimento de maturação se estende. O contrafilé, por exemplo, vai até 28 dias para um produto grill com três estrelas pelo MSA, o que isso custa dinheiro, e afeta o fluxo de caixa. Temos que restringir a marca Swift Premium para o grupo até 9, para podermos manter as vendas, ou caso contrário, ele se acumularia. Torna-se problemático ter que manter o produto por 30 dias ou mais para maturá-lo”.

Campbell também comentou que há a marca MSA do JBS de animais confinados, a Friboi. Nesta marca também são utilizadas carcaças dentro dos boning groups de 1 a 9. Junto com o programa de marcas MSA, o JBS tem visto carne bovina com a marca MSA vendida através de sua rede atacadista DR Johnston promovendo adicional de 3-4% de toda a produção de carne bovina durante os últimos três anos. Ele destacou a necessidade de melhorar o conhecimento do programa MSA, em toda a cadeia de fornecimento, do chef ao produtor.

“Sempre há algo para aprender, sobre os princípios do MSA”, disse ele. “Os problemas são principalmente sobre causa e efeito. Somente na semana passada, tivemos um carregamento de 120 animais MSA confinados que produziram 35 cortes escuros – em alguns casos, carnes com colorações 5 e 6. Descobriu-se que o fornecedor tinha pouca oferta naquela semana, e teve que escolher entre quatro confinamentos. Sempre há razões para que o desempenho do gado não seja bom. Na semana seguinte, o desempenho do confinamento voltou ao normal”.

Para que qualquer marca MSA funcione adequadamente, é necessário uma série de atributos importantes, disse Campbell. Como consistência na qualidade de consumo, consistência na apresentação, segurança alimentar, bem-estar animal e integridade. Ele também discutiu o desafio do que fazer com o resto da carcaça onde tipicamente, somente três ou quatro cortes poderão ser comercializados como MSA (17% da carcaça). “Tudo se transforma em um mix de produtos genéricos, de forma que existe uma limitação sobre o quanto da carcaça pode ser vendido como produto de marca, como premium”.

Campbell deixou como lição final, a necessidade de divulgação e promoção da marca, mostrando uma longa lista de atividades de marketing. “Para mim, quanto menor o programa de marca, mais específico ele deve ser em termos de mercado alvo. Você não pode se permitir ser tudo para todos: você precisa ter uma visão muito específica sobre qual direção você quer tomar, se em restaurantes refinados ou para clientes de açougues de exportação da Ásia”.

A reportagem é do site Beefcentral.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Conheça mais o sistema MSA:

Meat Standards Australia: sistema de predição de qualidade da carne

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