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Austrália: novas tendências da produção de carne bovina

O segmento natural promete ser a “próxima grande coisa” no setor de carne bovina, disse o proeminente exportador, Richard Rains, durante uma audiência na abertura de um evento anual de Brisbane, na Austrália, nessa semana. Rains, que se aposentou recentemente após 40 anos de carreira como chefe da exportadora, Sanger Australia, disse que embora a carne Orgânica Certificada tenha se tornado extremamente popular como um nicho de mercado, a realidade é que a indústria não pode suprir essa demanda, pelo menos não em breve.

O segmento natural promete ser a “próxima grande coisa” no setor de carne bovina, disse o proeminente exportador, Richard Rains, durante uma audiência na abertura de um evento anual de Brisbane, na Austrália, nessa semana. Rains, que se aposentou recentemente após 40 anos de carreira como chefe da exportadora, Sanger Australia, disse que embora a carne Orgânica Certificada tenha se tornado extremamente popular como um nicho de mercado, a realidade é que a indústria não pode suprir essa demanda, pelo menos não em breve.

O simples fato de que demora de três anos para o produtor se converter para produção de plantel certificado como orgânico significa que há um longo período de espera e não é possível acompanhar a demanda, disse ele.

Porém, para muitos consumidores, um produto “natural” tem muitas das características que o orgânico tem, embora seja bem mais fácil de produzir. Um produto que nunca foi exposto a hormônios promotores de crescimento ou antibióticos e gastou toda sua vida a pasto tem muito apelo a um crescente segmento de consumidores, aqui e no exterior, afirma Rains.

Diferentemente dos Estados Unidos, onde os animais podem entrar em programas de confinamento e se qualificar para receber a denominação de “natural”, no contexto da Austrália, natural significa apenas criado a pasto, disse ele. A realidade é que os Estados Unidos não têm capacidade para terminar um grande número de animais a pasto, mas é algo que a Austrália faz bem.

Tendo dito isso, um consumidor que escolhe um produto ‘natural’ ainda tem o direito a uma expectativa sobre maciez e palatabilidade. Existe apenas uma certa quantidade de produção a pasto que pode entrar nesse sistema mas, cada vez mais, haverá prêmios evidentes para produtos naturais de qualidade.

Rains disse que embora ele apoie o programa de garantia de gado criado a pasto, Pasturefed Cattle Assurance, que fornece um processo de auditoria feito por terceiros por trás da afirmação de que o animal é criado a pasto, ele acha que processos formais e também mais informais poderão surgir.

Alguns dos principais varejistas na Austrália podem apoiar um processo baseado em auditoria, como tendem a fazer, mas outros poderiam ter menores demandas. Entretanto, ele disse que os produtores, talvez, devam estar pensando que essas auditorias inevitavelmente se tornariam uma parte mais rotineira de seus negócios de todos os dias.

Gostando ou não, auditorias devem acontecer aos produtores, em áreas como bem-estar animal e manejo ambiental. É parte do custo de fazer negócios, em um mercado onde os consumidores estão cada vez mais avaliando os produtos que consomem. O consumidor quer saber se o animal que produziu a carne que está comendo teve uma boa vida e se foi bem cuidado. Porém, tendo dito isso, os produtores podem obter melhores recompensas por colocar esses sistemas em funcionamento. As recompensas que estão tendo hoje para bovinos são certamente insuficientes, mas eles terão que ter esse ponto de diferença em prática para obter preço premium.

Muitos produtores continuariam produzindo carne fora desses requerimentos, usando hormônios promotores de crescimento, por exemplo, porque precisam, mas existem aqueles em certas áreas geográficas onde poderiam criar os animais em sistemas sem implantes ou antibióticos, por exemplo, para aproveitar nichos emergentes como o “natural”.

Rains ilustrou seu ponto de vista sobre a crescente demanda dos consumidores por produtos naturais citando os desenvolvimentos nos Estados Unidos, onde importantes frigoríficos estão repensando suas políticas sobre o uso de beta-agonistas promotores de crescimento. O frigorifico Tyson Foods anunciou um embargo surpresa ao uso do beta-agonista, Zilmax, em seus gados abatidos nos Estados Unidos a partir do próximo mês, devido a preocupações sobre o bem-estar animal.

O Zilmax é um dos dois beta-agonistas amplamente usados na terminação de gado nos Estados Unidos. Até 80% de todos os gados de engorda nos Estados Unidos recebem um dos dois beta-agonistas como aditivos alimentares, Zilmax ou Optaflexx. Os beta-agonistas não são registrados para uso na Austrália.

O Zilmax é considerado o mais agressivo dos dois e existem preocupações de que esse esteja causando claudicação e falta de ar no gado dos Estados Unidos no final de sua fase de terminação.

Conforme descrito anteriormente em um artigo do Beef Central, a cientista especialista em bem-estar animal, Temple Grandin, discutiu anteriormente preocupações associadas com o uso de agonistas, aliado ao estresse térmico.

A Tyson tomou a liderança em uma questão que pode ter se tornado outra crise de mídia/consumidores para a indústria de carne bovina dos Estados Unidos, disseram os analistas do CBW. A empresa poderia ser aplaudida por ficar à frente da curva e enfatizar o aspecto de bem-estar animal de sua decisão, disseram eles.

A ampla adoção de beta-agonistas nos Estados Unidos tem sido a principal razão pela qual a produção de carne bovina nos Estados Unidos tem se mantido alta, apesar de o rebanho nacional ter caído para seu menor nível em 50 anos.

O outro beta-agonista do mercado, a ractopamina, não foi mencionada pela Tyson como sendo suspeita na atual barreira.

Leia post completo sobre o caso Tyson nos EUA, com comentário BeefPoint – EUA: Tyson Foods suspende compra de bovinos tratados com beta-agonista zilpaterol.

Fonte:  BeefCentral.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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