O trabalho começou no confinamento em 2005, e as instalações foram abertas em 2007. A alimentação com grãos tipicamente é feita por 550 dias, para otimizar o potencial total da expressão genética de marmoreio do gado. Outra característica única é o sistema de distribuição de alimentos com botão de pressão que fornece ração dentro de 45 minutos para todos os gados em engorda.
Controlar todo o processo de gestão da pré-concepção das matrizes ao consumo é chave para obter um bom desempenho para uma das mais conhecidas empresas de carne bovina Wagyu puro sangue da Austrália. A família de Bruin construiu um modelo único de negócios baseado na produção de carne bovina Wagyu de elite em Limestone Coast na Austrália do Sul nos últimos 15 anos.
Scott de Bruin durante recente apresentação na conferência da Associação Australiana Wagyu.
Diferentemente da maioria da indústria Wagyu australiana, que é orientada para F1 e maior produção de Wagyu cruzado, a Mayura Station se concentrou somente na produção de puro sangue, baseado em 100% genética Wagyu japonesa através de linhagens de reprodutores machos e fêmeas. A produção de puro sangue na Austrália representa menos de 10% de toda a carne bovina Wagyu produzida.
Para contextualizar as operações Mayura Station, o negócio atualmente tem 1.700 animais Wagyu puro sangue em engorda e, nesse ano, está produzindo um escore médio de marmoreio de BMS 8,5. O diretor da Mayura, Scott de Bruin, explicou o desenvolvimento de seu negócio na conferência da Associação Australiana Wagyu em Gold Coast. A família de Bruin foi uma das pioneiras na criação de Wagyu puro sangue na Austrália, comprando seus primeiros animais puros (25 fêmeas e quatro machos) da indústria pioneira Shogo Takeda em 1998, via David Blackmore.
A região altamente fértil conhecida como Limestone Coast apresenta elevado índice pluviométrico e 2.340 hectares manejados intensivamente incluindo 800 hectares de colheitas agrícolas, 1.200 hectares para criação e 250 hectares para sua recria e um confinamento automatizado e especializado, credenciado pelo Programa Nacional de Credenciamento de Confinamentos da Austrália (NFAS, sigla em inglês). O desenvolvimento também inclui um estabelecimento de restaurante/degustação “na fazenda”, algo semelhante ao desenvolvido por vinícolas, que oferecem vendas em adegas locais.
O processo de verticalização do negócio começa bem antes da cria, com a grande parte dos grãos e forragens produzida na propriedade, explicou Scott de Bruin. “Nosso negócio simplesmente é converter alimentos em carne, mas devido ao componente confinamento, temos efluentes líquidos e sólidos para lidar. Isso se torna parte de um processo cíclico, com uma grande operação compostagem usando matéria-prima das operações de confinamento e de cultivos. Isso produz cerca de 6.000 toneladas de material compostado a cada ano, que retorna aos campos ao redor para melhorar sua produtividade”.
Em um sistema fechado de produção, pastagem, cereais e feno de alfafa são produzidos para o rebanho de cria, enquanto silagem de azevém/ trevo da Pérsia é produzida para as operações de recria. Feno de aveia é usado como uma fonte de volumoso no confinamento. Trigo, fava e canola são cultivados em rotações de cultivos. Uma parte considerável do trabalho de desenvolvimento focou no desenvolvimento de campos subprodutivos, principalmente colinas. A adição de compostagem melhorou bastante o desempenho dos campos menos produtivos, disse de Bruin.
Do lado dos animais, a fundação genética da família tem 13 principais linhagens sanguíneas, usando transferência de embriões e receptoras para expandir e melhorar o rebanho. Em 2007, a empresa expandiu o número de animais puros, chegando a 2.000 animais Wagyu, um dos maiores rebanhos puros do país, que se reproduzem via inseminação artificial no verão ou no outono, para assim a empresa ter animais nascendo ou desmamando o ano todo.
Ao fazer suas próprias seleções internas de touros, a Mayura basicamente segue os princípios da Takeda Farms de quatro maneiras de rotação, usando genéticas Wagyu selecionadas para marmoreio, escore corporal, área de olho de lombo (AOL), genética materna e outras características. “Descobrimos também com nosso rebanho Wagyu que conseguirmos fortes resultados de concepção fazendo um programa nutricional em novilhas antes do cruzamento”.
Nutrição durante a gestação e tratamento dos bezerros é utilizada para reduzir a incidência e o impacto de diarreia dos bezerros e consequente mortalidade. Todos os bezerros são identificados ao nascimento, com o peso dos pais e são registrados ao nascimento/desmame/recria , com amostras de DNA retiradas para verificação de parentesco.
Esse sistema se torna valioso no abate, onde o escore de marmoreio, peso da carcaça, AOL, profundidade da gordura, espessura da costela e dentição são registrados, para serem adicionados à base de dados do negócio, permitindo um ajuste fino das estratégias de cria baseado no desempenho da progênie.
Os bezerros são desmamados e pesados aos 5-7 meses, alimentados com feno de alfafa por dez dias nos currais, e então enviados para recria em pastagens melhores por cerca de 120 dias antes da entrada no confinamento. A partir de cerca de oito meses de idade, uma ração total misturada baseada em silagem. Essa estratégia aumentou o peso de entrada no confinamento de forma significante, bem como a adaptação do gado para alimentação no cocho. Anteriormente, o gado Wagyu entrava no confinamento com 270-300 quilos aos 13 meses de idade, e agora entram com 400-420 quilos com a mesma idade. O aumento veio através da seleção genética para crescimento e da nutrição, disse de Bruin.
O confinamento especializado do Mayura tem atualmente 1.700 cabeças em engorda, com possibilidade de expansão para mais 2 mil, e galpões cobertos Um dos atributos que diferencia a Mayura Station de outros produtores de Wagyu puros na Austrália (com exceção da AACo) é o emprego de confinamentos altamente especializados e credenciados. Isso reforça ainda mais o alto grau de controle da cadeia de fornecimento do negócio.
Confinamento com 1.700 cabeças
O trabalho começou no confinamento em 2005, e as instalações foram abertas em 2007. A alimentação com grãos tipicamente é feita por 550 dias, para otimizar o potencial total da expressão genética de marmoreio do gado. Outra característica única é o sistema automatizado de distribuição de ração que fornece ração dentro de 45 minutos para toda a planta. Serragem é usada como cama no curral e é usada para compostagem.
O primeiro gado F1 foi produzido na propriedade em 1999, com resultados mistos e muita variabilidade nas carcaças produzidas, baseado na falta de conhecimento sobre estratégias de nutrição. Em 2001, os de Bruins começaram a alimentar seus primeiros novilhos puro sangue e no começo de 2003 começaram a vender sua primeira carne Wagyu puro sangue no mercado australiano.
A reportagem é do Beefcentral.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Sou Engenheiro Agrônomo, sou apaixonado por pecuária de corte, gostaria de ter mais informações confinamento, de já agradeço pela gentileza.