Os exportadores australianos de carne bovina poderão preencher totalmente sua cota para os Estados Unidos até outubro, já que a enfraquecida demanda do Japão os força a um aumento no fornecimento ao seu maior mercado, segundo informou o grupo comercial Meat & Livestock Australia (MLA).
Maior país exportador de carne bovina, a Austrália alcançou pela primeira vez seu limite anual de importações aos EUA, de 378.214 toneladas, em dezembro 2001, o que provocou temporariamente o fechamento de um mercado que adquiriu 1,2 bilhão de dólares australianos (US$ 609 milhões) de carne em 2000, além de prejudicar os preços do gado australiano.
A cota deste ano provavelmente será preenchida até o final de outubro, como informa o relatório semanal do grupo MLA. “As exportações de carne vermelha para os EUA provavelmente alcançarão níveis recordes até a metade do ano, devido ao grande abastecimento, aos fortes preços norte-americanos e à fraca demanda japonesa”.
Um fechamento de dois meses do mercado dos EUA reduziria os preços do gado australiano e forçaria os exportadores a direcionarem quantidades maiores de carne para outros países como a Coréia, Malásia e Filipinas. Os preços do gado australiano caíram 13% este ano, depois da descoberta, em setembro, de três casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como a doença da “vaca louca” no Japão, que fizeram os compradores locais rejeitarem a carne vermelha.
O declínio dos preços do gado e um recuo de 9% na moeda australiana em relação ao dólar norte-americano desde o dia 1o de janeiro de 2001, torna a carne vermelha do país “extremamente atraente” para as importações dos EUA, disse o presidente do grupo de fazendeiros Cattle Coucil of Austrália, Keith Adams.
Exportadores e grupos de produtores se encontrarão nesta semana para analisar estratégias para aumentar as exportações aos EUA de maneira consistente por todo o ano. O plano precisará de aprovação do governo australiano. “Se não conseguirmos estabelecer um plano que regule o fornecimento do produto, o efeito será prejudicial para os preços locais do gado”, conclui Adams.
Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint