Os negociadores da Austrália na Europa e na Rússia ampliaram substancialmente as oportunidades para a indústria de carne bovina para os próximos anos. No mercado da União Europeia (UE), a Austrália agora tem acesso a uma cota de 20.000 toneladas para vários países para venda de carne bovina de alta qualidade, oriunda de animais alimentados com grãos, a primeira nova categoria de cota liberada pela Europa em três décadas.
Os negociadores da Austrália na Europa e na Rússia ampliaram substancialmente as oportunidades para a indústria de carne bovina para os próximos anos. No mercado da União Europeia (UE), a Austrália agora tem acesso a uma cota de 20.000 toneladas para vários países para venda de carne bovina de alta qualidade, oriunda de animais alimentados com grãos, a primeira nova categoria de cota liberada pela Europa em três décadas.
Na Rússia, um importante mercado emergente, a Austrália estava limitada a uma cota de apenas 10.000 toneladas até sua posição ter sido recentemente negociada dentro de outra cota.
A nova cota da UE é limitada por critérios muito rígidos: a carne bovina precisa ser oriunda de animais alimentados com grãos por 100 dias e precisa cumprir requerimentos adicionais de idade, dieta e dias de alimentos acima dos esquemas de credenciamento existentes na Austrália e na Europa. A Austrália precisa também dividir a cota com, entre outros, pesos-pesados na produção de carne animais alimentados com grãos, como Estados Unidos, que inspirou a criação da cota, e Brasil.
O gerente regional do Meat and Livestock Australia (MLA) na Europa, David Jones, explicou que o novo acordo de cota foi um compromisso fechado para resolver a longa disputa comercial entre a UE e os Estados Unidos sobre a recusa da UE de aceitar carne de animais tratados com hormônios de crescimento. A UE mantém sua posição sobre os hormônios, mas evitou as ameaças dos Estados Unidos de impor sanções comerciais abrindo essa nova categoria de cota. A cota permite um extra de 20.000 toneladas por ano de carne bovina de alta qualidade, livre de hormônios, por três anos, abrindo para 45.000 toneladas no quarto ano.
O presidente da Associação de Confinamentos Australiana (ALFA, sigla em inglês), Jim Cudmore, disse que a nova rota na UE é “o tônico que nosso setor requer nesses períodos difíceis. O recente aumento do dólar australiano tem pressionado nossas exportações de carne bovina e qualquer aumento no acesso a mercados é um ganho para os pecuaristas australianos em um período crítico”.
A rigidez dos requerimentos limitará o número de confinadores e exportadores australianos que estarão dispostos a obter parte da cota, disse ele, mas o mesmo processo de seleção será feito nos países competidores. A Austrália já tem em prática sistemas e reputação que fornecem um acesso favorecido a mercados com demanda, como a UE.
Jones disse que na Rússia, documentos não oficiais circulados no final de 2009 sugerem que a Austrália pode ficar restrita à cota de 10.000 toneladas sujeita a tarifa, com a maior parte das importações anuais de carne bovina da Rússia sendo alocada para “Outros Países”, principalmente nações da América do Sul.
A Austrália exportou cerca de 13.000 toneladas de carne bovina para a Rússia em 2009. Isso denota uma ligeira contração, por causa da crise financeira global, com relação às exportações de 2008, quando as exportações de carnes vermelhas australianas à Comunidade dos Estados Independentes (CEI) atingiu o recorde de 72.035 toneladas – quase tudo para a Rússia.
Antes da crise, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) previu que a demanda russa por carnes vermelhas aumentaria em 350.000 toneladas entre 2007 e 2017. Esse enorme potencial significa que a Rússia é um mercado muito importante para ser deixado de lado. Jones disse que algumas rápidas negociações levaram a um ganho: a Austrália agora faz parte da cota para “Outros Países”, cobrindo 448.000 toneladas de carne bovina congelada. Isso significa que o país pode competir com Brasil, Argentina e Paraguai em um país onde, diferentemente da UE, o preço pode ter prioridade sobre a garantia de qualidade.
Entretanto, o diretor gerente do MLA, David Palmer, disse que a Rússia “nos mostrou certa capacidade espetacular”. “Não queremos ser controlados por uma cota de 10.000 toneladas. Ser capaz de negociar uma parte das 448.000 toneladas é um resultado fabuloso. O desempenho do Brasil até agora é pouco menos da metade dessa quantidade”. As cotas da Rússia e da UE estão nas mãos dos importadores, que negociarão com seus fornecedores selecionados”.
A reportagem é do Farmonline.com.au, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.