Avaliação de três métodos de controle de plantas daninhas e da adubação sobre a recuperação de pastagens de Brachiaria decumbens

O controle de plantas daninhas em áreas de pastagem pode ser feito por meio de diferentes métodos como: capina; roçagem manual ou mecânica; manejo cultural; manejo físico e químico do solo; aplicação de herbicidas; etc. De modo geral, o mais eficaz é o uso combinado de diferentes métodos, visando aproveitar os recursos disponíveis, conseguir maior eficácia, reduzir os custos e provocar o menor impacto possível sobre o homem e o ambiente.

Dobashi et al. (2001) compararam três métodos de controle de plantas daninhas em pastagens de braquiária combinados ou não com adubação (Brachiaria decumbens). Os métodos testados foram: roçagem mecânica; controle químico com herbicida (aplicação no toco de solução com 3% de 2,4-D + picloran ); rolo faca. As principais invasoras identificadas na área foram: pinha de bugre (Duguetia furfuracea), marolo (Annona coriacea) e camboatá (Cupania vernalis). Os autores observaram que a aplicação de herbicida foi o método mais eficaz de controle, seguido pela roçagem e pelo uso de rolo faca (Tabela 1).

Foi observada, também, uma redução na população de invasoras do tratamento testemunha, o que foi atribuído ao melhor manejo do pasto e/ou à adubação. O uso de rolo faca, apesar de ter contribuído para o controle das invasoras, provocou uma redução na produção de forragem (Tabela 1). Não foi observada diferença na produção de matéria seca dos tratamentos testemunha, roçagem e controle químico, o que foi atribuído ao baixo nível de infestação da área (1 planta/m2). Por outro lado, o efeito da adubação sobre a produção de forragem foi positivo, independente do método de controle utilizado.

Tabela 1: Porcentagem de controle de plantas daninhas e produção de forragem acumulada em dois ciclos de avaliação.

Comentário dos autores: O trabalho de Dobashi et al. (2001) deixa clara a importância da associação de diferentes métodos de controle para se atingir um bom resultado, tanto em termos de redução da população de invasoras quanto de aumento da produção de forragem. Um dado que deve ser ressaltado é a redução da população de invasoras do tratamento testemunha: 42,7% nas áreas adubadas e 34,5% nas áreas não adubadas. Este resultado indica que a adoção de práticas adequadas de manejo pode evitar e, até mesmo, reverter um processo de degradação em áreas de pastagem. Além disso, é importante salientar que, apesar do método químico ter sido bastante eficaz no controle das invasoras, este não provocou aumento na produção de forragem (o aumento de produção foi determinado pela adubação). Estes resultados indicam que a viabilidade da aplicação de herbicidas em áreas com baixa infestação de invasoras, principalmente quando não associada à adubação, é questionável. No entanto, é preciso lembrar que o período de avaliação do referido experimento foi curto (dois ciclos de pastejo) e que a avaliação de produção de forragem em áreas infestadas por gramíneas arbustivas não é simples, podendo levar a erros de estimativa. Normalmente, o quadrado utilizado para se realizar a amostragem é relativamente pequeno e as amostras acabam sendo coletas apenas em volta dos locais onde se encontram os arbustos (neste caso, a amostragem foi feita utilizando-se um quadrado de 1 metro de lado). Além disso, não foi avaliada a capacidade de suporte das áreas e nem o efeito da presença das invasoras sobre a facilidade de acesso dos animais à forragem.

DOBASHI, H.F.; PENATI, M.A.; CORSI, M.; PIEDADE, S.M.D.S. Avaliação de três métodos de controle de plantas daninhas e da adubação sobre a recuperação de pastagens de Brachiaria decumbens. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38, 2001, Piracicaba, Anais… Piracicaba: SBZ. 2001.

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