O consórcio uruguaio Conexión Ganadera avança nas negociações para poder vender nos Estados Unidos, a partir de fevereiro próximo, a primeira carne bovina uruguaia moída e rastreada, bem como lombos, bifes e rump & loin embalados a vácuo, que terão por destino as gôndolas dos supermercados.
O consórcio uruguaio Conexión Ganadera avança nas negociações para poder vender nos Estados Unidos, a partir de fevereiro próximo, a primeira carne bovina uruguaia moída e rastreada, bem como lombos, bifes e rump & loin embalados a vácuo, que terão por destino as gôndolas dos supermercados.
Como o Uruguai não está habilitado para entrar diretamente com carne moída no mercado norte-americano, ainda que o principal produto enviado sejam os cortes de desossado para a indústria, a empresa enviará “uns 13 ou 14 cortes de dianteiro desossados, que serão moídos no destino e serão vendidos nas gôndolas dos supermercados com sua rastreabilidade”, disseram Pablo Carrasco e Gustavo Basso, da Conexión Ganadera. A carne moída irá sem moer, sendo, então, após terceirização, moída e vendida nesse mercado.
A empresa uruguaia já adquiriu uma máquina de embalagem na Alemanha, que estaria nos Estados Unidos no final de novembro. “Em dezembro, estariam sendo enviadas as primeiras amostras e, em fevereiro de 2012, o produto estaria disponível para ser comercializado”, disse Carrasco. “Serão volumes muito pequenos e caros, porque o projeto foi feito com a precaução de não nos enganarmos”. A comercialização englobaria uns 10.000 quilos por mês de carne moída e cerca de 3.000 quilos de cortes de traseiro premium.
Esses produtos abrem um novo caminho para a carne bovina uruguaia nos Estados Unidos e terão um alto valor por sua rastreabilidade e por sua história de produção a pasto, o que gera carnes com menos gorduras nocivas para a saúde e isso, para o consumidor norte-americano, pesa muito.
“O grande valor está em ter a rastreabilidade na carne moída, onde o consumidor conte com uma informação que lhe outorgue outras garantias frente aos perigos da Escherichia coli”. Essa cepa está associada com a presença de carne de animais engordados com grãos – não para a carne produzida a pasto – e se perfila como a grande restrição ao futuro nas exportações de carne bovina aos Estados Unidos.
Através de uma empresa norte-americana, a Conexión Ganadera já realizou uma pesquisa de mercado, onde participaram mais de 2.000 pessoas, entre comerciantes de carne, formadores de opinião e empresários. Essa pesquisa foi feita em 2007 e a ideia era lançar o projeto em 2008, mas ocorreu a crise de mercado, disse Carrasco. A crise econômica se somou à seca no Uruguai, que reduziu sua oferta de gado. Agora, a ideia é avançar no projeto. Segundo ele, o valor pelo qual se venderá, tanto a carne moída, como os cortes embalados a vácuo, será diferencial e justificará o esforço.
Atualmente, o acesso ao mercado norte-americano é um privilégio que somente a carne bovina uruguaia pode desfrutar, diferentemente dos competidores como Argentina, Paraguai ou Brasil. Até 12 de agosto, os frigoríficos uruguaios exportaram aos Estados Unidos 20.471 toneladas de carne bovina, frente às 20.748 toneladas exportadas no mesmo período do ano anterior, segundo dados do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC). Dentro do Nafta (Canadá, Estados Unidos e México), os Estados Unidos são o grande comprador. O principal produto vendido são cortes de carne procedente da operação de desossa nas plantas. A mercadoria é destinada à indústria de fabricação de hambúrgueres.
O projeto vinculado com a carne “Del Terruño”, impulsionado pelo Conexión Ganadera, demanda um investimento de US$ 3 milhões e os investidores do consórcio fornecerão um terço do valor requerido. “A receptividade dos investidores foi muito boa e praticamente estão terminando de garantir os capitais dos investidores”, disse Carrasco.
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.